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Cultura

Quatro temas são discutidos em 2º dia de Seminário Internacional Cultura e Desenvolvimento

Os temas debatidos foram Cultura e Ambiente Digital e Diversidade Cultural e Economia da Cultura

Os desafios de produzir, acessar e distribuir cultura em ambiente digital foi um dos principais temas abordados na mesa de abertura Cultura e Ambiente Digital, no primeiro dia de debates do Seminário Internacional Cultura e Desenvolvimento. O evento, promovido pelo Ministério da Cultura e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura), no Rio de Janeiro, traz ao cine Odeon, até amanhã, 16 palestrantes de renome nacional e internacional, além de oito mediadores, dirigentes do Ministério da Cultura.

Além da mesa Cultura e ambiente Digital, o público pôde participar, ao longo desta terça-feira, dia 22, dos debates Diversidade Cultural e Economia da Cultura, Conhecimentos Tradicionais e Desenvolvimento e Diversidade Cultural, Patrimônio e Memória. Todo o seminário, cuja participação é gratuita e aberta ao público, está sendo transmitido pelo site do MinC.

Na mesa de abertura, o diretor de direitos intelectuais do MinC, Marcos Souza, mediou o debate. Em sua fala de abertura, fez breve explanação sobre o momento atual, avanços da internet e consequências no campo cultural. Além disso, lembrou de um “problema grave”, enfrentado pelo MinC neste ano: a censura a uma foto de um casal indígena por uma rede social e indagou: no ambiente digital quem ganha com a diversidade cultural do mundo?

Com participação de especialistas sobre o tema, os palestrantes James Love e Sérgio Branco, a mesa procurou debater o acesso crescente a bens culturais por meio da internet, que alterou profundamente os modelos de negócios e, em decorrência, provocou a necessidade de atualização dos instrumentos jurídicos vigentes que regulam a circulação, exibição e remuneração por esses conteúdos.

Sérgio Branco fez apelo ao MinC para que faça cumprir e oriente instituições para que limitações dos direitos autorais sejam usados nos limites da lei e que bibliotecas não violem lei usando direito autoral de forma ilícita. “O MinC deve liderar e fazer cumprir direitos que já existem na nossa lei, porque todos nós temos a ganhar, a nossa cultura, economia e história”, pontuou Branco.

Economia da cultura

A mesa seguinte, mediada pelo secretário-executivo do MinC, João Brant, girou em torno da diversidade cultural e economia cultural. A palestrante Avril Joffe falou sobre a importância de pensar em políticas para a economia cultural como um todo e que falem para toda a economia da cultura e não apenas para a indústria cultural.

Avril pontuou ainda que a economia da cultura vai muito além da geração de rendas e empregos e que abraça, inclusive para a “o princípio do humanismo, respeito da humanidade”.

A palestrante Júlia Zardo mostrou exemplo, na prática, de empreendedores que lidam com essa área e falou sobre a importância do setor para a economia brasileira e do mundo. “O setor responde por 12% do PIB mundial”, exemplificou ao mostrar dados durante explanação.

A mesa sobre Conhecimentos Tradicionais e Desenvolvimento abriu a tarde de debates. O diretor de Relações Internacionais do MinC, Gustavo Pacheco, mediou a conversa, que também contou com a participação dos palestrantes Ailton Krenak e José Ribamar Bessa.

Pacheco abriu a mesa ao lembrar que, graças ao conhecimento popular, alguns locais conseguiram se salvar do trágico tsunami que avassalou diversos países da Ásia em 26 de dezembro de 2004. Eles sabiam que deveriam “correr para as colinas” diante de alguns sinais do mar.

“Esse conhecimento é feito pela acumulação de experiências e camadas de pensamentos. Toda a experiência é mediada pela reflexão, pelo comportamento expressivo do ser humano. Esse conhecimento é prático e relevante', explicou Pacheco. “Quando falamos de conhecimentos tradicionais e desenvolvimento falamos de que relação o Brasil quer ter com suas populações tradicionais”, indagou.

A mesa Diversidade Cultural, Patrimônio e Memória, mediada por Jurema Machado, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), encerrou o primeiro dia de debates. Buscou debater as convenções da Unesco no campo do patrimônio cultural, que cumprem a função de reconhecer, valorizar e preservar uma vasta lista de bens culturais materiais, imateriais e naturais. Os palestrantes Cristina Amezcua Chávez e Flávio de Lemos Carsalade foram os debatedores.

O seminário segue ao longo da próxima quarta-feira, com outras quatro mesas de debates, gratuitas e abertas ao público, no Cine Odeon, Rio de Janeiro.