Mais de 2,8 mil tentativas de fraudes financeiras por minuto acontecem no Brasil, segundo estimativa do Banco Central. O número expressivo de golpes envolvendo o nome de instituições financeiras e supostas compras demonstra que as investidas criminosas continuam sendo recorrentes e ainda estão fazendo muitas vítimas no Brasil. Diante desse cenário de sucessivas tentativas de golpes, é preciso ter cautela e cuidado para evitar cair em armações fraudulentas.
É no tocante aos golpes envolvendo a utilização de nomes de instituições financeiras que o delegado Everton Santos, da 1º Delegacia Metropolitana (1º DM), faz o alerta para as pessoas não serem enganadas pelos golpistas. “A primeira coisa que deve ser observada é que as pessoas estão caindo [nos golpes] acreditando que estão falando com o gerente ou um funcionário de banco”, alertou.
O delegado conta que os criminosos muitas vezes têm acesso às redes sociais das vítimas. “Na verdade, os criminosos estão com acesso a sua rede social como, muitas vezes, Facebook, Instagram e WhatsApp, e eles informam que o cartão daquele usuário está sendo utilizado em outro estado. Então, eles começam a dialogar [com uma história falsa] de modo que dizem que vão bloquear o cartão da pessoa e cancelar aquela [suposta] compra em um estado de outra região, por exemplo”, complementou Everton Santos.
Mas a história de uma suposta compra é falsa e é o artifício utilizado para convencer eventuais vítimas e levá-las a caírem no golpe, assim como evidenciou o delegado. “Não tem cartão clonado, não tem nada. Ele vai aprofundar a conversa e vai buscar seus dados. Logo depois, ele vai passar uma mensagem e vai mandar um link que, na verdade, é o vírus em que a pessoa irá passar dados e autorização de uso do cartão”, ressaltou.
Ao ser convencida e clicar nos links encaminhados pelos criminosos, eles obtêm vantagem financeira em nome da vítima. “Existem pessoas que estão recebendo informações de empréstimo no banco, de débitos, de transferências. E esses crimes são difíceis de serem elucidados, pois eles mandam os valores [obtidos de forma ilícita] para uma conta e depois para outra”, revelou o delegado.
Cuidados
Dentre os cuidados que as pessoas devem ter para evitar cair nesses golpes é desconfiar sempre. “É não acreditar que está conversando com uma pessoa de bem. Sempre quando alguém falar com qualquer usuário desconfie, é golpe, desconfie. Se informarem ‘aqui é do banco e precisamos fazer contato’, é golpe. Se falarem ‘ligue para 0800’, na verdade é uma central telefônica montada para aplicar golpes”, revelou Everton Santos.
Além disso, é essencial não fornecer dados pessoais e bancários, assim como alertou o delegado da 1ª DM. “Não se passa dados pelo celular, e o banco não manda mensagem para ninguém e nem liga pedindo qualquer tipo de informação acerca da sua conta. Os criminosos também enviam links, e a conta passa a ser manipulada por outra pessoa. Quando a pessoa restabelece, vê o prejuízo”, complementou.
Cuidados com o celular e os aplicativos do banco
Em conjunto com os cuidados relacionados ao não repasse de informações bancárias, as instituições financeiras oferecem mecanismos de segurança que também devem ser observados pelos usuários, conforme Everton Santos. “Então você tem digital, você tem reconhecimento facial, você tem contrassenha. Isso tudo é para facilitar que o usuário aja com segurança”, evidenciou o delegado.
Mas ainda é preciso ter cautela com os cartões por aproximação. “Então hoje, se o criminoso lança a mão do seu cartão, ele vai aproximá-lo e não vai precisar de senha. A pessoa encontra alguém dentro de uma agência e diz que o cartão deu problema, entregando um inutilizável. Leva o seu cartão e, na primeira loja, gasta em um produto e, enquanto tiver saldo, vai utilizar porque é de aproximação”, alertou Everton Santos.
Denúncias de golpes bancários
É fundamental comunicar rapidamente a instituição financeira na qual a vítima tem conta. Além dessa comunicação, é preciso registrar o boletim de ocorrência em uma delegacia, o que dará início às investigações policiais sobre o golpe. Informações e denúncias também podem ser repassadas à polícia por meio do Disque-Denúncia, no telefone 181. O sigilo do denunciante é garantido.