Faltando em torno de 17 meses para as eleições presidenciais 2026, os pretendentes ao cargo vão começar a participar de programas de entrevistas nas rádios, jornais, televisões ou outro meio de comunicação para debater as linhas gerais do seu governo, caso venha a ser eleito. Estes eventos são interessantes para que os eleitores conheçam melhor os candidatos e façam suas escolhas, quando entendem que as ideias apresentadas são pertinentes para melhorar e desenvolver o país e vão ao encontro de seus valores, crenças e opinião.
O estilo de governar daqueles que já exerceram o cargo é conhecido pelos eleitores, pois a experiência já nos mostrou como eles se comportaram em um segundo ou terceiro mandato, que no geral não repetem os acertos dos mandatos anteriores, causando decepção para seus eleitores e felicidades para seus adversários. A instituição da reeleição, para mim, teve os efeitos contrários aos esperados.
Para a próxima eleição vários políticos que ainda não foram eleitos presidentes da república já sinalizaram que pretendem concorrer, como o governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior, do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, de Minas Gerais Romeu Zema e do Paraná Ronaldo Caiado, que já se apresentam como pré-candidatos O Governador de São Paulo Tarcísio de Freitas continua se posicionando de maneira dúbia, afirmando que pretende concorrer a um segundo mandato de governador. Correndo por fora encontramos a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A esquerda continua muda e calada, esperando a definição de Lula se concorrerá ou não a um quarto mandato, para então anunciar quem de fato concorrerá a eleição e ninguém se apresenta como interessado em respeito ao presidente.
Em recente entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, o governador Ronaldo Caiado afirmou em letras garrafais que visitará todos os estados da nação lançando sua pré-candidatura, divulgando suas intenções e se tornar mais conhecido pelos eleitores.
Adiantou, nesta entrevista, o que entende necessário e urgente realizar para que o país vire a página da situação em que se encontra, causada pela política fiscal do governo atual e sua desarmonia da política monetária conduzida pelo Banco Central. Enquanto esta mantém os juros da Selic alta para diminuir a quantidade de dinheiro em circulação, aquela disponibiliza mais dinheiro na praça com a emissão de títulos da dívida pública para materializar sua compreensão que “dívida é vida”, fórmula mais de que provada universalmente que nunca deu certo em lugar nenhum.
Pretende diminuir a relação dívida/PIB em torno de 2% anualmente através de cortes de despesas desnecessárias, entre elas a desvincular os orçamentos da saúde e educação dos percentuais previstos na Constituição e diminuir o total das emendas parlamentais, sempre através de negociações com o Congresso Nacional.
Ficou evidenciado que os planos para seu governo, caso eleito, serão baseados no que é realizado no estado de Goiás, onde é governador, enfatizando os bons resultados que o seu governo vem obtendo na educação, segurança, saúde, economia e desenvolvimento, que comprova, nas suas palavras, sua capacidade, competência e experiência como governante.
Não tratou, nesta conversa com os entrevistadores, de assuntos delicados como a necessidade de cortar o aumento real do salário mínimo dos aposentados e dos auxílios do INSS, juntamente com outras medidas necessárias que não foram realizadas pelos ex-presidentes, entre elas a administrativa, a iminente nova reforma previdenciária para evitar uma futura inviabilidade, que podem estar no seu radar, mas caso sejam ditas provocam a perda de muito votos que não é interessante a nenhum candidato.
Uma decisão ele deixou bem clara, ao afirmar que o seu primeiro ato, se eleito, será anistiar as pessoas condenadas pelo STF, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, pela acusação de tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023.
O que é interessante na entrevista do governador Ronaldo Caiado, como as que são dadas pelos outros candidatos de todos os partidos, é onde se conhece as suas intenções, seus conhecimentos, suas ações realizadas, sua independência e principalmente noção da situação nacional que enfrentará.
Vamos aguardar as entrevistas dos outros candidatos pretendentes ao cargo para ampliar as suas intenções e formar melhor juízo da nossa escolha. Infelizmente, aqui ao contrário das eleições presidenciais nos Estados Unidos, é que os eleitores, muitas vezes, definem seus votos após entrevistas e debates, e aqui são poucos que assistem estes eventos.
