Cerca de 200 policiais participaram de uma operação deflagrada pela Polícia Civil no início da manhã desta sexta-feira (19), no combate ao comercio ilegal de arma de fogo e outros crimes, na cidade de Maceió e em quatro cidades do interior do estado.
Denominada “Operação Teorema”, a ação foi planejada após um trabalho de aproximadamente um ano de investigação realizado pelo Núcleo de Inteligência (NI), da Delegacia Geral.
A operação até o momento já resultou na prisão de oito acusados, envolvidos em crimes de comercio ilegal de arma de fogo, formação de quadrilha e peculato, e na apreensão de armas, munições, drogas e um veículo.
De acordo com as primeiras informações sobre o caso, a quadrilha roubava armas de um galpão do Tribunal de Justiça e vendia para bandidos. Os investigadores descobriram que os criminosos roubaram, pelo menos, 200 armas em pouco mais de um ano.
Um funcionário do Tribunal de Justiça de Alagoas, identificado como Gilberto Pitágoras Barbosa foi preso acusado de chefiar o esquema. Ele foi o responsável pelo centro de custódia das armas apreendidas pela polícia e encaminhadas à Justiça. A participação do servidor do Judiciário foi comprovada após escutas telefônicas.
Em uma gravação, um dos braços direitos de Pitágoras, o ex-policial militar José Fernando Ferreira, que foi expulso da corporação por ter sido acusado de homicídio, negocia com um comprador. A polícia descobriu que Gilberto Pitágoras vendia as armas por valores que chegavam a R$ 2 mil e ainda fornecia um serviço de pronta entrega. As armas eram levadas aos compradores oficial do Tribunal de Justiça,
Até o momento, dez pessoas, a maioria policiais que, segundo a investigação, negociavam a venda das armas com os traficantes, já foram detidas. Todos negam o envolvimento no esquema. O ex-PM Fernando, que aparece nas escutas telefônicas, está foragido. Ao final da operação a polícia vai conceder uma entrevista coletiva para fornecer mais detalhes sobre o caso.