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PT: sujo como pau de galinheiro!

O PT lulista surgiu com a mesma filosofia utópica dos revolucionários marxistas que pregavam, entre outros bonitos ideais, a honestidade. Era preciso capturar essa tão arredia senhora que continua teimando em não fazer morada permanente entre nós. Para dissuadi-la, acreditavam os petistas que somente seria possível com a conquista do poder. Não imaginavam, ignorando suas tentações, que a sua conquista resulta, na maioria das vezes, no oposto do que se pretende.

Consideravam-se, sem modéstia, escravos da ética. Iludindo-se a si próprios como tais, recusaram nas primeiras disputas eleitorais, alianças com partidos que não desfraldassem a mesma bandeira esquerdista. O resultado foi uma sucessão de derrotas, estancadas quando resolveram por os pés no chão, fazendo parceria com outros partidos, antes reconhecidos como aliados do capitalismo ganancioso, explorador e corrupto.

Conseguiram, assim, ser aquinhoados com os louros da vitória. Faz quase doze anos que estão no poder. A essa altura, mais do que natural, perguntarmos: como está sendo tratada a excelentíssima senhora honestidade? Com afeto e carinho para revitaliza-la ou continua, como sempre, ignorada, jogada na sarjeta? Não seria previsível que a essa altura já tivessem feito a poda nos galhos da corrupção? Em síntese, o nosso atual panorama é o mesmo, melhor ou pior? Antes da resposta, fazemos outra pergunta: de onde procedem os petistas? São alienígenas que das alturas há muito nos observam a chafurdar na lama e, compadecidos da nossa miséria, desceram com o propósito de moralizar o Brasil? Sempre aqui viveram ou residiam em países do primeiro mundo, observando suas boas instituições para poder aqui implanta-las? Somente se verdadeiras fossem essas suposições poderíamos alimentar a esperança de vermos o país gradativamente, tornar-se sério. Acontece que os petistas vivem e fazem parte da mesma gandaia pátria. Como podem ou podiam ser diferentes?

Só os ingênuos acreditam na empáfia dos petistas que, sem modéstia, consideravam-se eticamente puros. Essa soberba é coisa do passado. Muitos que nela acreditam ficaram reduzidos à decepção. Embora sejamos frutos da sociedade em que nascemos, sucede que no meio da sujeira surgem os bem intencionados que se preocupam em limpá-la. Trata-se da exceção, como também existe entre os petistas. Como a ascensão ao poder, tentador por excelência, distancia-se na mesma proporção do seu tamanho, da honestidade. Muitos petistas, há entre eles os idealistas, socialistas, comunistas e outros “istas”, caíram nas malhas da tentação, vencidos pelo feitiço do lucro fácil, às expensas do erário público.
Como teria sido bom se o PT, conquistado o poder, tivesse ao menos encenado, no palco da mentira, trejeitos que acenassem em direção dos cumprimentos da senhora honestidade! A mentira, quando agrada, engana com suavidade. Se enganou a tantos, por que não soube sequer, como compensação, apresentar-se com a elegância de Tartufo?

Qual será o emblema da campanha eleitoral que se aproxima, quando estamos a respirar o ar empesteado pela poluição petista? Mensalão, superfaturamento de obras, malversação do dinheiro público nas estatais, Petrobrás na berlinda, nada disso seria objeto de surpresa se antes não tivéssemos assistido as bravatas petistas de compromisso de despoluir o trato na a administração pública. Sem essa esperança, decepcionados com os lulistas que não vieram das alturas alienígenas e muito menos da convivência com as boas instituições dos países sérios, o retrato que nos dão é a do barqueiro Caronte, na sua missão infernal de atravessar os tolos condenados para o inferno. É o que sentimos, como se estivéssemos em mar revolto num barco a esmo, sem leme e sem direção, com o risco de aportar mais uma vez, vítima de infausto destino, no infecto poleiro petista por mais quatro anos.

Em resumo, o PT não está isento de sofrer os efeitos da lei da gravidade e da gravidade dos pecados terrenos. Sendo assim, não pode jactar-se de planar sobre os outros como se tivesse a exclusividade da leveza das virtudes. O PT anda, como andavam os demais partidos. Rasteja, como todos fazem. Com o poder nas mãos, não nos deu o prazer de assistirmos ao fenomenal encanto da metamorfose de uma bela borboleta, mas na transformação de monstro da pirataria para espoliar o país, chafurdar a sua imagem e roubar, sem estremecimento de consciência, todas as nossas acalentadas expectativas.