Ainda digerindo a derrota nas urnas, os partidos de oposição começaram hoje (1º) a estabelecer as novas estratégias para enfrentar o governo de Dilma Rousseff a partir de 2011. O PSDB, do candidato derrotado José Serra, que conquistou 43,7 milhões de votos na eleição de ontem (31), pretende agora descentralizar sua atuação por todo país.
O presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), disse que o PSDB deve procurar atuar nos estados, buscando os correligionários locais. “Temos que trabalhar de forma descentralizada. A oposição não vai se dar apenas em São Paulo e Minas Gerais, mas no país inteiro. Não necessariamente na forma de caravanas, mas como eu disse de maneira descentralizada.”
O PSDB elegeu oito governadores – entre eles, os de São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país.Para o senador, essas vitórias, associadas à boa votação de Serra, mostram que a população deseja mudanças. “Esse ciclo já cumpriu seu papel. O Serra somar [quase] 45% dos [votos dos] brasileiros contra um presidente da República que tem 90% de aprovação é um sinal apontado para as mudanças. Precisa ver agora a cara e o corpo dessas mudanças.”
Ainda segundo ele, a oposição a Dilma deverá ser “com firmeza e sem radicalismo”, atuando na fiscalização do governo e criando um novo ambiente para o país. Há também, na opinião dele, a intenção de unir os governadores da oposição para atuar de forma “construtiva” com o governo. “Fazer uma interação entre governadores, bancadas parlamentares e o próprio partido. Construir um tempo novo.”
Guerra também considera fundamental uma reforma eleitoral para que as próximas eleições sejam realizadas sob novo ordenamento jurídico. “Mudanças no campo eleitoral têm que ser feitas, não dá para disputar outra eleição nos termos dessa. Esse modelo político eleitoral está vencido. Vamos fazer isso olhando para o futuro. Não para o PSDB, mas para o futuro da democracia, que foi desrespeitada agora de forma total pelo adversário.”
O presidente do PSDB considerou ainda como deve ser a atuação do mineiro Aécio Neves no Senado. Segundo ele, ainda não há planos sobre a liderança da oposição ou sobre uma possível disputa para a presidência da Casa. “Acho que Aécio tem chance de ser candidato a qualquer coisa e chegar lá. O que eu sei é que ele será senador pelo menos na primeira parte de seu mandato.”