O Ministério do Meio Ambiente (MMA) possui, atualmente, seis projetos de recuperação da vegetação nativa do Pantanal, que são coordenados pela Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais. Um deles, na Serra do Amolar, realizado em parceria com o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), está recuperando 30 hectares de áreas degradadas. Na Reserva Particular do Patrimônio Natural do Sesc Pantanal são mais 30 hectares recuperados no projeto mais recente e 46 hectares em outro já concluído. Já na Reserva Biológica Marechal Rondon, são 32 hectares que estão sendo recuperados, mais 25 já concluídos. Na Área de Proteção Ambiental Baia Negra foram recuperados 58 hectares. Já na Estação Ecológica Taiamã são 24 hectares.
Somando todos os projetos, serão recuperados quase 250 hectares de áreas degradadas no Pantanal. Os investimentos passam de R$ 6,8 milhões.
“Este é um dos projetos do Ministério do Meio Ambiente na agenda de recuperação da vegetação nativa, que aqui especificamente no Pantanal estamos conduzindo, mas essa agenda atinge todo o território nacional, com atuação forte em todos os biomas”, destacou a secretária da Amazônia, Marta Giannichi.
Na última quarta-feira (08/6), representantes do MMA estiveram na região para acompanhar as medidas de recuperação e prevenção de queimadas no pantanal sul-mato-grossense.
Em Corumbá, a equipe do MMA conheceu o projeto de instalação de antenas que vão monitorar focos de incêndio na Serra do Amolar e Porto Jofre, divisa de Mato Grosso do Sul com Mato Grosso. De iniciativa do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), com a participação de ONGs locais e empresas privadas, o projeto conta com câmeras de alta definição, instaladas em torres de comunicação, que vão monitorar um raio de 300 quilômetros ao redor do Parque Nacional do Pantanal e no seu entorno de forma ininterrupta. “Essas antenas vão otimizar bastante o tempo de detecção de incêndio. Sem esse sistema, ao se detectar um foco de incêndio, tinha um tempo de até três horas até a mobilização das brigadas. Hoje, com essa tecnologia, consegue detectar o foco em três e minutos e já, prontamente, consegue mobilizar toda a rede de brigadistas, voluntários, todos os pessoais das fazendas do entorno, dos órgãos locais e do ICMBio, com participação do ponto de apoio do Parque Nacional do Pantanal”, ressaltou Marta Giannichi.
As imagens são transmitidas até uma central de monitoramento, que fica na sede do IHP, em Corumbá. São cinco câmeras que cobrem um raio de detecção automática de 15 quilômetros, podendo chegar a 40 quilômetros, girando a 360°. Com isso, a área de cobertura chega a 70 mil hectares.
Brigadista desde 2018, Manuel Garcia da Silva conta que o acionamento das equipes levava até quatro dias e que agora será imediato. “É uma ferramenta que veio para nos auxiliar muito, a gente vai saber onde está o foco do incêndio, o local certo com as coordenadas”, explica.
O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e ocupa uma área aproximada de 150.355 km², 1,76% do território brasileiro. “Esse desafio de lidar com o Pantanal devido às dimensões só será positivo se conseguirmos parcerias estratégicas. Eu não tenho dúvida em afirmar que a parceria com o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Chico Mendes, principalmente na cedência dos helicópteros, nós conseguimos trazer uma revolução no Pantanal. A revolução da tecnologia que a instalação de câmeras que vão permitir que nós tenhamos a cobertura de mais de um milhão de hectares em reservas, em áreas protegidas que são do próprio interesse do Ministério, ao mesmo tempo contemplam comunidades ribeirinhas, fazendas, que também foram sacrificadas no fogo”, disse o presidente do IHP, ngelo Rabelo.
No ano passado, o ICMBio assinou um acordo com o IHP que prevê a realização de aceiros, um novo sistema de monitoramento de embarcações e o impulso a pesquisas científicas sobre o impacto do fogo no Parque Nacional do Pantanal.
“O Nosso Parque Nacional tem a sorte de estar num ambiente cercado de RPPN, Reservas Particulares do Patrimônio Natural, que também conservam e trabalham pela proteção ambiental. O que temos aqui é a união entre empreendedores da conservação, pessoas que dedicam o seu tempo para promover a questão socioambiental de uma maneira muito importante. Nós temos uma parceria entre o Parque Nacional, o ICMBio e o Instituto Homem Pantaneiro que vem fortalecendo o potencial para prevenir e combater os incêndios florestais”, destacou o presidente do ICMBio, Marcos Simanovic.