A contribuição científica da Ufal para o problema de afundamento de solo em Maceió devido às atividades de mineração da Braskem segue com o propósito de evitar novas tragédias. Pesquisadores do Ceca tiveram mais um projeto aprovado para iniciar já no próximo mês de julho, inserido no Acordo de Cooperação Técnica entre as duas instituições.
Intitulado Análise da qualidade dos dados dos métodos de monitoramento de deslocamento de superfície, o projeto é coordenado pela professora Juciela dos Santos e faz parte da linha temática 3 do acordo, criada para acompanhar e avaliar a superfície topográfica.
De acordo com a professora, os métodos utilizados pretendem identificar alterações em superfícies topográficas, como distâncias, desníveis e coordenadas planialtimétricas, a partir de séries de observações de pontos, em determinado período. O projeto deve durar até meados de 2023, mas há possibilidade de renovação.
“Os valores encontrados poderão indicar a existência de movimentações e por consequência, alterações nos valores das coordenadas, chamadas de deslocamento vertical – recalque – e horizontal”, explicou, ao destacar: “É de suma importância que o controle da qualidade dos dados geográficos seja investigado para garantir seu padrão, acurácia, omissões e incertezas, dentre outros, sendo necessária a aplicação de testes estatísticos que atentem quanto a confiabilidade das informações e possibilitem avaliar a qualidade posicional dos dados topográficos”.
Para colaborar no trabalho vão participar as pesquisadoras Michelle Cerqueira (Ufal), Andréa de Seixas (UFPE) e Cláudia Krueger (UFPR), além do professor Sílvio Garnés (UFPE). Eles farão levantamento de campo e processamentos estatísticos no Laboratório de Topografia e Geodésia do Ceca e no Laboratório de Geodésia (Lageo) da Universidade Federal de Pernambuco.
O projeto também se baseia na análise dos dados por diversas técnicas já implantadas para monitoramento de deslocamento de superfície na área que compreende os bairros do Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto. E, de acordo com Juciela, a proposta pode ir além: “O projeto prevê não somente a validação da acurácia dos dados geodésicos e topográficos, como também a identificação e a correção de possíveis fontes de incertezas e ainda sugestões de possíveis melhorias nos sistemas de monitoramento”.