A Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS) e o Núcleo de Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Nusp-Famed/Ufal/Essenfar) deram início, esta semana, a mais uma etapa do Projeto de Extensão “Hanseníase na Comunidade”, que tem como objetivo realizar o diagnóstico precoce da doença na população. Realizado desde 2008, o projeto acontece anualmente, dando início às atividades alusivas ao Dia Mundial de Combate à Hanseníase, comemorado no próximo dia 29.
O projeto envolve estudantes dos cursos de Enfermagem, Medicina e Farmácia, não só da Ufal, mas da Uncisal, Cesmac, Fits e FRM que, capacitados, atuam – também com o apoio da Sesau/AL – como multiplicadores, no treinamento de sensibilização e atualização em hanseníase para agentes de saúde, auxiliares e técnicos de enfermagem das unidades, além de profissionais de nível superior.
“Depois de atuar no 7º, no 5º e no 2º Distrito Sanitário, estamos desenvolvendo a ação este ano em seis unidades do 4º Distrito, com 23 estudantes realizando ações de educação em saúde, exame de sintomáticos dermatológicos e identificação de casos suspeitos da doença”, explica a coordenadora do Projeto na Ufal, Clodis Tavares, acrescentando que os casos suspeitos detectados pelo grupo são imediatamente encaminhados para o PAM Bebedouro, que é a unidade de referência do 4º Distrito, onde passam por reavaliação.
Para reforçar essa grande mobilização de controle e eliminação da hanseníase – considerada um problema de saúde pública no Brasil por apresentar o 2º maior coeficiente de prevalência no mundo, concentrando 90% dos casos nas américas – o projeto e seus parceiros promovem, no dia 29, a partir das 9h, uma grande ação preventiva na praia de Pajuçara, para comemorar o Dia Mundial de Combate à doença.
Dia de Combate à Hanseníase
O Dia Mundial de Combate à Hanseníase foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1954, a pedido do jornalista francês Raoul Follereau, conhecido na época do isolamento compulsório para as pessoas acometidas pela hanseníase, como “o pai dos leprosos”. Follereau dizia que era necessário um dia mundial de combate à “lepra”, como era conhecida a doença, para que um dia ela deixasse de existir. Seu objetivo era que os doentes fossem tratados, respeitando-se sua dignidade e sua liberdade.
A doença – A hanseníase é uma doença causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae, que atinge preferencialmente nervos e pele. Quando não diagnosticado precocemente, pode evoluir com deformidades, gerando o preconceito social. A hanseníase tem cura. Na primeira dose do tratamento morrem 99% dos bacilos e não há mais perigo de contaminação. Podem surgir manchas avermelhadas ou brancas com alteração de sensibilidade, engrossamento dos nervos caroços, placas, inchaços e perda de força muscular.
A transmissão ocorre pelo convívio com pessoa doente e sem tratamento. A pessoa doente não tratada elimina bacilos ao respirar, falar, tossir. É importante saber que a hanseníase não é hereditária e que a maioria das pessoas (90%) tem resistência natural contra essa doença.
A coordenação do Programa de Controle da Hanseníase da SMS reforça que toda a população tem acesso ao diagnóstico e ao tratamento, bastando apenas ir à unidade de saúde mais próxima de sua casa. Caso seja diagnosticada a doença, o tratamento é gratuito e dura entre seis e 12 meses.