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Alagoas

Projeto inovador do HGE incentiva estudo de casos e difunde humanização

Projeto dissemina o tratamento de pacientes entre profissionais e estudantes

“Prefiro um tiro na cabeça a perder a minha perna”. Com essas palavras E. L. H, de 42, definiu sua angustia ao ser avisado que teria que amputar uma perna na sequência do seu tratamento no Hospital Geral do Estado (HGE). O caso foi o mote para o nascimento de um projeto que discute os casos atendidos na unidade hospitalar: o Amigos do SUS.

No projeto, um grupo de profissionais se reúne para definir estratégias para capacitar os profissionais e acadêmicos, baseando-se na realidade do Hospital Geral do Estado. São realizadas palestras, exibição de filmes e discussões para definir os temas para serem estudo de caso na Reunião Científica, evento que acontece mensalmente na unidade hospitalar.

A história de E. L. H. foi tema de uma destas reuniões, que levantou a questão do receio do paciente por viver sem um membro, da visão de morte e da relevância da equipe multiprofissional para auxiliar nas decisões daqueles atendidos na unidade hospitalar

“A saúde é a maior riqueza que temos. Precisamos garanti-la com um SUS sólido, que cubra um atendimento digno à população alagoana. O Amigos do SUS surgiu para auxiliar no desenvolvimento da relação profissional/paciente. Incentivando e capacitando os profissionais e, consequentemente, humanizando a assistência aos pacientes”, referiu Camille Wanderley, uma das idealizadoras do projeto.

Para Sandra Villar, presidente do Centro de Estudos do HGE, a iniciativa vem ganhando adeptos a cada encontro. “É muito gratificante perceber a adesão da equipe de trabalho. A cada reunião percebemos novos rostos e o Amigos do SUS vem se fortalecendo”.

Ela relatou, também, que entre os objetivos do grupo, está o de transformar as discussões em ações, visando quantificar melhorias no atendimento do paciente. No próximo encontro, marcado para o dia 22 de julho, será apresentado o filme Solitário Anônimo, um documentário sobre a liberdade, a vida e a morte.

O curta conta a impressionante história de um homem que reivindicava o seu direito de morrer em paz. Para isto, ele planejou sua morte, transformando o processo de morrer em um experimento pessoal de controle do próprio corpo. Durante 58 dias não comeu, em um ato que simularia sua morte natural.