×

Alagoas

Projeto do Eucalipto avança em Alagoas e atrai a atenção de empresas

Empresários do Grupo Suzano Papel e Celulose, durante encontro com o governador, demonstraram interesse em investir em Alagoas

Há mais de dois anos o Governo do Estado vem estudando a implantação da cultura do eucalipto em solo alagoano. Os avanços são grandes e podem ser vistos em regiões diferentes do Estado, onde foram instalados os experimentos da planta, os clones. A profissionalização e resultados positivos de pesquisas estão atraindo a atenção de empresas, como a grande Suzano Papel e Celulose.

Nesta terça-feira (1º), o governador Teotonio Vilela Filho recebeu em seu gabinete executivos da empresa, Johann Michael Miklós e João Flávio da Silva. Acompanhado do secretário de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Luiz Otavio Gomes, e do secretário de Estado Adjunto da Agricultura, José Marinho Júnior, o governador relatou uma lista de motivos para a implantação de uma unidade da empresa em solo alagoano.

A Suzano Papel e Celulose pretende construir duas unidades de celulose na região Nordeste. Em Alagoas, segundo o diretor Johann Michael Miklós, a ideia do Grupo é investir no cultivo de eucaliptos para produção de pellets de madeira – um tipo de formato da madeira do eucalipto para a geração de energia – com destino certo para as termoelétricas na Europa. Com faturamento anual de R$ 6 bilhões, a empresa investe na segurança dos seus negócios e detém hoje a melhor tecnologia florestal do Brasil.

Johann Michael Miklós revelou que a empresa necessita, para esse empreendimento, de 30 mil hectares de área para cultivo da planta e uma de 70 hectares para a construção da unidade industrial. Na ocasião, o governador respondeu imediatamente que Alagoas possui essas áreas. Outro fator relatado pelos empresários é a logística e a energia, sendo esta de geração própria e aquela suprida com a implantação de um novo porto na região Sul – em fase inicial de elaboração de projeto -, além da retomada da recuperação da malha ferroviária de Alagoas.

A introdução do cultivo do eucalipto em Alagoas é acompanhada por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, local de destaque da cultura. Alagoas já possui diferentes regiões espalhadas pelo Estado onde foram construídos locais que armazenam experimentos de clone com o objetivo de identificar quais os tipos de plantas que melhor se adaptam ao solo e clima de Alagoas, além de identificar possíveis pragas.

O secretário Luiz Otavio Gomes, presente à reunião, informou que a Secretaria de Estado da Agricultura possui técnicos com conhecimento do projeto de implantação da cultura do eucalipto para responder sobre os estudos científicos, e a área econômica do Governo de Alagoas está à disposição para orientar como o empreendimento poderá solicitar os incentivos governamentais. “Nosso projeto recebe orientação e acompanhamento do Instituto do Meio Ambiente, o que garante a preocupação do Estado com o desenvolvimento sustentável”, defendeu o secretário.

Segundo o secretário-adjunto José Marinho Júnior, os fornecedores de cana-de-açúcar de Alagoas estão entusiasmados com a possibilidade de utilização de algumas áreas para o cultivo do eucalipto, podendo atender a empresa Suzano Papel e Celulose, como ocorre hoje com o setor sucroalcooleiro. Quanto a isso, os executivos garantiram que a empresa tem tradição em utilizar áreas em forma de parceria, sendo mais um ponto a favor de Alagoas.

As experiências com o plantio do eucalipto apresentam a planta como uma alternativa econômica, podendo em Alagoas ser cultivada em algumas áreas onde não é mais viável o plantio da cana, especialmente na região Centro-Norte de Alagoas, que abrange os municípios de Cajueiro, Viçosa e outros.

Outros benefícios são o ganho ambiental e a possibilidade de cultivo em pequenas propriedades, sendo mais uma cultura para o agricultor familiar. O eucalipto hoje pode ser utilizado para atender as necessidades de diversos mercados, como siderúrgico, energético, móveis, construção civil e pecuária.

O estudo de implantação somente é possível através de convênio entre os parceiros do projeto. Além do governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, da Agricultura e da Ciência e Tecnologia/Fapeal, os empresários, por meio da Federação das Indústrias, Federação da Agricultura, Sebrae Alagoas, e outros, também são participantes do projeto.