Bancos Comunitários de Sementes estimulam o uso de tecnologias apropriadas à convivência com o Semiárido
Um encontro que será realizado no município de Ouro Branco, no Sertão alagoano, na próxima terça-feira (7), vai apresentar os resultados da primeira fase do Projeto de Implantação e Fortalecimento dos Bancos Comunitários de Sementes.
A reunião será no Disco Club Revelation Ouro Branco, a partir das 9h, e deverá contar com a participação de representantes de organizações não-governamentais (ONGs), movimentos sociais, gestores públicos, setor produtivo, Judiciário e Ministério Público.
Um dos objetivos do encontro, que será realizado pela Federação das Associações Comunitária de Ouro Branco (Facob), é sensibilizar a população sobre as ações do Projeto de Bancos Comunitários de Sementes, que estimula o uso de tecnologias apropriadas à convivência no Semiárido.
Ao todo, o projeto pretende fortalecer e implantar 600 bancos comunitários de sementes em mais de 40 municípios de todas as regiões do Estado.
“De certa forma, a realização desse projeto é resultado do diálogo entre a sociedade e o governo, pois não adianta apenas distribuir sementes, é preciso criar alternativas de convivência”, disse o coordenador da Cooperativa dos Bancos Comunitários de Sementes (Copabacs), Mardônio Alves.
A Copabacs é uma das seis entidades credenciadas que estão realizando as oficinas de capacitação para implantação e gestão desses bancos. Segundo Mardônio Alves, o projeto está avançando.
“Nessas capacitações, nós discutimos a importância da semente como política pública, falamos sobre a Lei Estadual de Sementes, sobre o Programa de Distribuição de Sementes, gestão dos bancos, armazenamento do produto, resgate das variedades crioulas e uso sustentável dos recursos naturais”, explicou o coordenador da Copabacs.
Segundo a diretora de Projetos Especiais da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), Cristina Cavalcante, um dos objetivos da implantação dos bancos de sementes é dar mais autonomia aos agricultores familiares e preservar as sementes crioulas.
“Serão 600 oficinas para os agricultores, além de 12 oficinas para técnicos gestores”, afirmou a diretora. “Em cada oficina, serão confeccionados dois silos de zinco para ao armazenamento das sementes e também serão distribuídas 3 mil cartilhas com orientações sobre a metodologia do projeto e a gestão dos bancos”, explicou Cristina Cavalcante.
Essas oficinas foram divididas entre as seis entidades credenciadas. São elas: Cooperativa dos Bancos Comunitários de Sementes (Copabacs), Federação das Associações Comunitária de Ouro Branco (Facob), Central Estadual das Associações de Agricultores Familiares (Ceapa), Associação de Agricultores Alternativos (Aagra), Centro de Apoio Comunitário de Tapera em União a Senador Rui Palmeira (Cactus) e Fundo para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Fundaf).
Para o coordenador da Copabacs, Mardônio Alves, quando os 600 bancos estiverem sendo usados de forma plena, haverá mais preservação e multiplicação das sementes crioulas. “Essas sementes devem ter quantidade e qualidade. Outro aspecto é que o governo do Estado poderá comprar as sementes aos agricultores aqui de Alagoas, fortalecendo ainda mais essa produção”, destacou.