O governador Teotonio Vilela lançou, o Projeto Barriga Cheia, por meio do qual 15 usinas de cana de açúcar vão ceder 2,5 mil hectares de terra para que agricultores, muitos deles trabalhadores do corte da cana, possam plantar milho e feijão.
A cessão dos terrenos será no período de descanso do solo, e assim os trabalhadores, que antes ficavam desempregados na época da entressafra da cana, poderão produzir alimentos e ainda obter renda com a venda de parte da produção para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O projeto começou a ser praticado há 10 anos pela Usina Seresta, no município de Teotônio Vilela, com apenas quatro hectares e a coordenação de Ivaldo de França Vilela. Agora, cerca de 5 mil agricultores serão beneficiados em toda a região canavieira.
Eles estão recebendo 80 toneladas de sementes de milho e feijão da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), por meio do Programa de Sementes, vinculado ao Alagoas Mais Alimentos, para iniciar o plantio.
“Pela compreensão e disposição das usinas, esse é um projeto que vai fazer história”, afirmou o governador Teotonio Vilela Filho, que emendou: “O setor sucroalcooleiro é muito estigmatizado, mas ainda é o núcleo duro da economia, pois gera empregos e renda”.
O governador disse também, diante de uma plateia composta por agricultores da região canavieira, empresários do setor e gestores públicos, estar confiante de que no próximo ano todas as usinas de Alagoas terão aderido ao Projeto Barriga Cheia.
O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas, lembrou que existe a possibilidade das usinas que aderiram ao Barriga Cheia receberem um selo social, reconhecido por entidades internacionais, como a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).
O secretário Jorge Dantas também ressaltou que, do total de R$ 7,7 milhões oriundos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) e investidos na aquisição de sementes em 2010, aproximadamente R$ 500 mil foram para as sementes do Projeto Barriga Cheia. “Com esse projeto, estamos distribuindo sementes para quem antes não tinha terra para cultivar”, esclareceu Dantas.
Ciclo de produção completo — Estima-se que a produção do Projeto Barriga Cheia será em torno de 7 mil toneladas de grãos, que já têm compra garantida pela Conab. Segundo Elizeu Rego, superintendente da entidade em Alagoas, os produtos serão comprados pelo preço do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que é acima do preço de mercado e dos atravessadores.
“A Conab também vai garantir para esses agricultores 5 mil cestas básicas com 25 quilos cada uma delas e 11 produtos diferentes, no período da entressafra da cana, quando eles ficam desempregados”, citou Elizeu Rego. Segundo Cariolando Guimarães de Oliveira, representante do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar), o Barriga Cheia é um projeto sem volta. “Queremos que todas as usinas do Estado façam essa adesão”, afirmou.
É isso também o que quer Genivaldo Oliveira, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), entidade parceira do projeto. “Esse projeto vem amenizar a situação dos trabalhadores no período de entressafra da cana e acreditamos que vamos conseguir ampliá-lo ainda mais”, frisou Genivaldo.