O portal Agência Alagoas e o suplemento do Diário Oficial iniciam nesta terça-feira (3) a série de reportagem Alagoas na Era Digital, que vai mostrar os principais programas do governo para o setor, realizados ou em andamento, nos últimos quatro anos.
Para isso, estão sendo investidos recursos na melhoria da qualidade de vida da população, tendo como principal viés a inserção social e digital, bem como na qualidade de trabalho com melhor gerenciamento e interligação dos órgãos, repartições da administração direta, indireta e autarquias, com um moderno sistema digital para o tráfego de dados e voz.
Com recursos da ordem R$ 4,5 milhões, dos quais R$ 1,5 milhão do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), o governo tem como carro-chefe a promoção da inclusão digital a milhares de alagoanos que sequer viram um computador ao longo de suas vidas. Entre os principais programas elaborados, o destaque é o projeto Telecentros Digita Alagoas, que já começou a estender o benefício para diversos municípios e bairros periféricos da capital.
O Instituto de Tecnologia, Informática e Informação do Estado de Alagoas (Itec) gerencia o projeto, que teve início este ano, mas vem sendo elaborado desde 2009. Dentro do planejamento elaborado com recursos do Fecoep, 50 Telecentros devem ser instalados ainda este ano. Desses, 14 estão em fase de implantação e quatro já foram inaugurados, estando em pleno funcionamento.
Nesta mesma escala tecnológica, o governo conduz também o projeto Cidade Digital, que tem como meta conceder acesso à tecnologia da informação para os moradores do interior alagoano. Neste programa, gerenciado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) em parceria com o governo federal, o cidadão terá acesso de forma gratuita à internet e a tudo o que o computador possa oferecer. Inicialmente, serão contemplados quatro municípios: Palmeira dos Índios, Viçosa, Quebrangulo e Paulo Jacinto.
Com financiamento pelo Banco Mundial, o Cidade Digital tem um investimento na ordem de R$ 3 milhões.
Outro programa é o Inclusão Digital por meio de lan houses, parceria do Itec com o Sebrae Alagoas e que recentemente entregou 50 mil cartões a entidades selecionadas pela Secretaria de Estado da Articulação Social. As instituições servirão como pontos de distribuição de vários serviços digitais para a população mais carente.
Mas os investimentos na área não se resumem somente à inclusão digital. Por meio do projeto Infovia, o Governo do Estado modernizou a interligação de todos os órgãos, com mais de 300 circuitos instalados que facilitam o tráfego de dados e voz e cujos investimentos chegam a R$ 1,2 milhão/mês.
Acesso gratuito
A inserção social por meio da inclusão digital é democrática, ampla e beneficia tanto as novas gerações quanto às mais velhas. No Telecentro Virgem dos Pobres, no coração dessa comunidade carente localizada no bairro do Vergel, funciona um dos primeiros programas de telecentro.
Lá, a pequena Ana Júlia, de apenas nove anos, divide com mais 10 alunos, como dona Maria Abel, de 59, o ambiente instalado com 11 computadores, impressoras, mesas, armários e outros equipamentos, um investimento do Governo de Alagoas com o objetivo de inserir socialmente as pessoas por meio do mundo digital.
O Telecentro Virgem dos Pobres faz parte de um dos 50 que o governo pretende entregar até 2012 para as populações mais carentes do Estado e que querem se inserir no moderno mundo dos computadores.
“Soube por meio de minha vizinha que aqui eles ensinavam as pessoas que não tinham e nem sabiam mexer em computador”, disse dona Maria Abel. “Antes de chegar aqui, eu nunca tinha visto essa máquina. Hoje, até já comprei um notebook”, revela a senhora, acrescentando que já sabe mexer no aplicativo Word e na internet.
De sorriso tímido, a menina Ana Júlia, também não hesita. “Gosto de brincar com os joguinhos”, diz a aluna mais nova da turma da manhã instalada no Telecentro Virgem dos Pobres, que funciona durante os três turnos, com cerca de 250 alunos.
Além de morarem no mesmo bairro, a menina Júlia, sua mãe Elaine Amorim e dona Maria Mabel têm em comum a rotina e o compromisso de frequentarem duas vezes por semana as aulas no telecentro.
“Esse é o verdadeiro sentido dos telecentros. Oportunizar a convivência social, oferecer novos horizontes aos mais carentes, alfabetizar e mostrar que todos podem aprender a mexer em um computador, independentemente da idade”, ressalta o coordenador do Projeto de Inclusão Digital do Itec, Robson Paffer Cruz.
Para se inserir em qualquer telecentro já em funcionamento, as pessoas precisam apenas se inscrever com nome completo e endereço e não pagam nada para terem o curso, com noções de informática básica. De acordo com o Itec, 14 telecentros já estão em funcionamento no Estado, dos quais quatro já inaugurados. “Outros estão em fase de adequação”, acrescenta Paffer.