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Maceió

Programa Desjejum Social: Restaurante Popular serviu mais de seis mil refeições em um mês

Kennedy Lima de Souza, vive um momento difícil da vida. Foi demitido há pouco tempo e teve a casa invadida pela água da Lagoa Mundaú, na Favela da Muvuca, onde morava com a família, no início de julho.

Vidraceiro, ele trabalhava em uma indústria, mas hoje presta serviços informalmente no Centro de Maceió, para conseguir o sustento dele, da mulher e de duas filhas. Com o orçamento apertado, encontrou uma forma de economizar no café da manhã de todos os dias: o Desjejum Social do Restaurante Popular, que custa R$ 1.

A refeição com dois pães com manteiga, café com ou sem leite e uma fruta é servida no local há pouco mais de um mês e já conquistou sua freguesia. Por dia, mais de 200 cafés são servidos, o que representa mais de 6 mil refeições comercializadas.

Como reforça Kennedy, o custo-benefício é um dos principais atrativos do desjejum. “Sempre tomo café aqui no Restaurante Popular. É mais barato e uma ótima opção para a população que está desempregada. O dinheiro que eu economizo já dá para ajudar nos custos de casa”, diz.

Além do Desjejum Social, ele conta que foi contemplado com outro benefício da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), o auxílio para as vítimas da chuva, no valor de R$ 500, além do aluguel social de R$ 250.

Com a ajuda, ele se mudou para um imóvel no Trapiche da Barra e tenta recomeçar a vida longe da área de risco. “O auxílio é um complemento de renda, junto com os meus trabalhos eu vou me virando até a indústria chamar de novo”, afirma.

Quem também aproveita a economia é o comerciante João da Silva. Ele diz que vai ao Centro em média quatro vezes por semana e opta por tomar café no Restaurante Popular para “unir o útil ao agradável”. “Por causa da acessibilidade do preço, até porque eu sempre tomei café aqui nessa área e gastava em torno de dez reais, às vezes menos. Essa economia veio a somar, o café é bom, é saudável, muita gente não tinha acesso por esse valor, a prova é que deu certo. Também gosto muito do ambiente, é tanto que sempre demoro um pouco aqui”, comenta.

Mais tempo ainda fica seu Francisco Belo dos Santos. Aposentado, ele frequenta o restaurante para almoçar com os amigos, mas hoje chegou tão cedo que tomou café por lá. “Para mim, é uma terapia”, brinca.

De acordo com o nutricionista do Restaurante Popular, Mário Neto, o Desjejum Social tem atendido diversos tipos de público, desde moradores de rua e pessoas mais carentes a moradores das proximidades e trabalhadores do Centro.

A refeição atende também a uma demanda de pessoas que chegavam para trabalhar sem ter feito a primeira refeição do dia e só iam comer no almoço. “Aqui é uma opção barata, saudável e segura. Tomamos muito cuidado quanto a isso, na preparação, higienização. Às vezes, eu passo e me chamam, e eles falam que estão muito felizes porque muitas pessoas iam trabalhar sem comer. Com essa refeição prática, barata e acessível, eles conseguem passar o dia mais bem alimentado”, comemora.

O Desjejum Social começa a ser servido às 6h e segue até às 9h. Em seguida, o Restaurante Popular começa a distribuição das fichas para o almoço, às 10h30, pelo valor de R$ 3.