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Alagoas

Programa da Voz melhora saúde de profissionais do estado

Desde março de 2011, o Estado garante ao professor da rede estadual de ensino o Programa de Atenção e Vigilância à Saúde Vocal, por meio da Lei nº 7.241, a Lei da Voz. Com o objetivo de concretizar ações preventivas e capacitar o professor com treinamentos teóricos e práticos que garantam o uso adequado da sua voz, o programa comemora a redução dos índices de afastamento e readaptação de professores da rede estadual de ensino.

Os distúrbios da voz, até 2012, estavam em terceiro lugar entre as doenças mais acometidas pelos servidores estaduais da rede de ensino. Ano passado, os problemas relacionados à voz caíram para o quinto lugar entre as doenças mais acometidas.

Segundo a fonoaudióloga do programa, Rayné Melo, até 2011 um número significativo de servidores eram afastados da sala de aula e era preciso sanar o problema.

“Os principais sintomas de problemas relacionados com a voz são a rouquidão, nódulos vocais e pigarro, esses são os mais evidenciados. Antes da criação da Lei, não tinha prevenção da saúde vocal e, por isso, a assistência estava comprometida”, diz a profissional. “Hoje existe um monitoramento consolidado e constante pelo programa para que o servidor da rede de ensino tenha uma voz saudável. Os professores têm melhorado seus hábitos em sala de aula e podemos ver essa redução dos índices”, completa a fonoaudióloga.

Para Adriano Rodrigues, que há 20 anos é professor de Educação Física na rede estadual de ensino, o Programa da Voz tem muita importância para os servidores da educação. “Quando não tinha o programa, nós não tínhamos o atendimento especializado para o nosso problema vocal. Eles não entendiam que era uma doença também. Hoje a gente tem um médico especializado para cuidar da nossa doença”, afirma o professor, que sofre de disfonia vocal e desde julho 2014 participa do programa.

Rodrigues conheceu o programa por meio da Perícia Médica do Estado, que recebeu os laudos periciais do professor e o inseriu no Programa da Voz. Atualmente Rodrigues não está afastado do serviço público. Ele passa por uma readaptação funcional e é coordenador da rede estadual de ensino, enquanto faz o tratamento de fonoterapia de três meses.

O Programa da Voz é realizado em parceria entre a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), por meio do Núcleo de Qualidade de Vida do Servidor da Educação (Nuqav), e a Secretaria de Saúde (Sesau), que realizam a prevenção e a vigilância das doenças da voz; a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), que realiza o tratamento de profissionais assistidos pelo programa; e a Perícia Médica, ligada à Secretaria de Estado da Gestão Pública (Segesp), que cuida dos laudos periciais do professor e aponta o que é necessário para a readaptação do profissional enquanto estiver em tratamento.

Intensificação das ações

O grupo responsável pelo Programa da Voz adotou, desde o início de 2014, medidas de ações preventivas mais eficazes, indo até as escolas públicas estaduais com palestras sobre técnicas e exercícios vocais, e capacitações sobre o que deve ser feito para não provocar problemas com a voz do professor, tais como: evitar gritar, beber bastante água, evitar o barulho excessivo nas salas de aula. Além disso, o grupo, por meio da Perícia Médica, explica para o servidor como ele deve proceder quando seu caso é identificado como uma doença vocal.

Até o fim do ano, o programa deseja alcançar todas as escolas públicas estaduais da capital. O prazo para chegar às escolas públicas do Estado no interior é até fevereiro de 2015. Ao todo, serão 335 escolas da rede estadual de ensino, percorridas com o treinamento do Programa da Voz.