O secretário de Pesca, Regis Cavalcante, equipe técnica da Secretaria e representantes da Secretaria de Agricultura, Ministério da Pesca e Sebrae visitaram, no início dessa semana, os projetos integrantes do programa Alagoas Mais Peixe nas comunidades de Lagoa Comprida, no município de São Brás às margens do Rio São Francisco e Monte Verde, em Penedo.
Os projetos que foram iniciados há cerca de 4 anos e custam em torno de R$ 580 mil cada, passaram pelas etapas de elaboração, sensibilização das famílias e levantamento de recursos, chegando à fase da despesca com grande êxito proporcionando às famílias envolvidas o início de uma nova caminhada para a geração de renda e oportunidades de emprego.
“Hoje estamos realizando a primeira despesca dos projetos e vamos comercializar o primeiro tanque. Para isso, é importante pensarmos em como chegar ao mercado sem os atravessadores, mas o mercado exige qualidade e comprometimento, por isso vamos nos organizar”, afirmou Patrícia Carneiro, diretora geral de aquicultura da Secretaria de Pesca do Estado.
Para Regis Cavalcante, o fortalecimento da atividade pesqueira em Alagoas passa pela criação de cooperativas, que oportunizará as famílias dos projetos a andarem com os próprios pés.
“É preciso estabelecer uma cadeia produtiva dessa atividade e que vocês peguem o lucro e usem para comprar os insumos necessários à atividade, para reforçar a visão de associativismo e fazerem cursos que agreguem valor à atividade. O Estado se compromete a manter o fornecimento dos alevinos, mas é preciso que vocês evitem que esse projeto vá por rio abaixo, que mantenham ele ativo. É isso o que o Estado quer e vamos estar juntos com vocês”, disse.
Realização de parcerias – Além do pescado, as comunidades pretendem agregar à produção de temperos e hortaliças para ampliar os lucros, mas os desafios são grandes. Antes é necessário resolver questões práticas como a ampliação dos tanques-rede e a construção de balsas para evitar o stress dos peixes durante a despesca.
“Hoje em São Brás, somente em um tanque-rede, conseguimos 51 kg de pescado, mais do que eles conseguem pescar em um mês. Quando os 34 tanques-rede estiverem montados, será em torno de 500 kg de pescado por semana”, afirmou, entusiasmado, o engenheiro de pesca Manoel Sampaio.
De acordo com o presidente da Associação de Pescadores de Lagoa Comprida, João de Jesus, a maior dificuldade está na aquisição das balsas necessárias a essa atividade. “Pedimos primeiro à Prefeitura e o prefeito nos negou. Temos uma grande dificuldade de pegar o peixe sem a balsa, desse jeito vamos ter um prejuízo muito grande”, afirmou.
Para solucionar o problema, que tem se repetido na maioria dos projetos do programa Alagoas Mais Peixe, a Sepeq irá realizar uma parceria com o sistema penitenciário para aproveitar a mão de obra dos presos para a manutenção dos tanques, tanques-rede e cultivo das hortaliças e tempero e para confecção de balsas necessárias aos projetos. “Na verdade isso deveria ser uma contrapartida das prefeituras e usinas, mas como a prefeitura de São Brás não chegou junto, vamos procurar essa alternativa”, observou Edson Maruta, engenheiro de pesca da Secretaria.
Para a representante do Sebrae, coordenadora do APL de pscicultura, Poliana Soares, as ações realizadas até o momento são essenciais ao desenvolvimento dessa atividade e afirmou que o órgão irá entrar nessa parceria. “Vamos colocar vocês no APL para que possam aproveitar os cursos de associativismo e de planejamento financeiro, preparando-os para o mercado, mas antes é preciso que estejam formalizados na associação”, disse.
Já a representante do Ministério da Pesca, a engenheira Maria do Socorro, colocou o órgão federal à disposição dos projetos da comunidade. “O Ministério tem recursos para fortalecer seu trabalho, basta nos levar as propostas”, afirmou.
Verde do sucesso – Na comunidade de Monte Verde, em Penedo, o projeto é formado por pequenos agricultores que não conheciam a atividade, mas atingiram o sucesso em sua primeira despesca, gerando 200kg de pescado que já foi comercializado. “Hoje é um dia de comemoração e vocês estão com uma grande oportunidade de aprender, já que têm a cultura de cultivar e colher. Por isso esse projeto tem tudo para dar certo”, declarou a representante do Ministério da Pesca, Maria do Socorro.
O projeto conta com a participação de 15 famílias que estão avançando no fortalecimento de sua associação, mas que ainda precisam de treinamento e qualificação no manuseio do pescado. “Vamos trabalhar junto com à Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf) para resgatar a unidade de beneficiamento do pescado. Dessa forma agregaremos valor ao produto por meio do curtimento do couro do peixe e ampliando o mercado”, afirmou Regis Cavalcante.