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Alagoas

Professores indígenas alagoanos participam da III Semana de Educação

Mais de 100 professores indígenas alagoanos participam até este domingo (12), no Centro de Formação Ib Gatto, no Cepa, da III Semana de Educação Indígena. O evento, aberto nesta terça-feira (9) tem como tema “A educação escolar indígena e a Lei 11.645/08” e é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (See), por meio da Diretoria de Diversidades e Modalidades de Ensino da Superintendência de Políticas Educacionais (Suped),

Com o objetivo de discutir a obrigatoriedade do ensino da história e cultura dos indígenas do Brasil, a formação, que atende a uma exigência do Ministério da Educação (Mec), promove um encontro de professores das 17 escolas indígenas do Estado, com técnicos pedagógicos e outros professores da rede, proporcionando um rico debate e a troca de experiências.

Para o técnico pedagógico da gerência de diversidades e responsável pelas políticas da Educação Escolar Indígena, Gilberto Ferreira, a formação além de ampliar o discurso, agrega conhecimentos a todos os envolvidos, reafirmando que o cumprimento da Lei é uma forma de reconhecer as diferenças e os direitos desses povos.

“É uma conquista para o povo indígena. Eles têm direito a uma educação diferenciada e de qualidade e a SEE reconhece isto. Este momento é de grande importância, por essa interação entre professores indígenas com outros professores das redes estadual e municipais”, declarou o técnico.

Conquista
Além de reconhecer e comemorar a abertura destes espaços como conquistas para seus povos, os professores indígenas destacam como pontos fortes do evento a troca de experiências e a possibilidade de apresentar reivindicações das comunidades, como infraestrutura e efetivação dos profissionais.

“O evento é importante e vai auxiliar nossos professores a atuar nas próprias aldeias”, afirma a professora da Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Celestino, de Palmeira dos Índios, Rosângela Soares Queiroz, da aldeia Xukurú-Kariri.

“É fundamental para a realidade social em que vivemos, pois o índio ainda é visto como um ‘extraterrestre’. A lei cria essa obrigação de se trabalhar essas culturas e isso é uma vitória, vai desmistificar muita coisa; a realidade e a cultura dos índios são diferentes do Norte para o Nordeste, e até entre os povos alagoanos. Para se ter um exemplo, o Toré é praticado – cantado e dançado – de forma diferente, seja na batida do pé, ou na forma de cantar. São particularidades de cada povo, mas quando se juntam entram em sincronia”, explicou Igor Hebert do Vale Freitas, professor da Escola Estadual Indígena José Máximo de Oliveira, da aldeia Wassu-Cocal, de Joaquim Gomes.

Para a professora Maria Gilvânia Honório da Silva, da Escola Estadual Indígena José Manoel de Souza, também da aldeia Wassu-Cocal, de Joaquim Gomes, “essa lei fortalece a luta dos povos indígenas e deixa claro a importância de se trabalhar essas culturas”.

Dos doze povos indígenas alagoanos, pelo menos nove estão representados nesta formação: Pankararu, de Delmiro Gouveia; Jiripankó e Katokinn, ambos de Pariconha; Koiupanká, de Inhapi; Kariri-Xocó, de Porto Real do Colégio; Karapotó, de São Sebastião; Tingui-Botó, de Feira Grande; Xukurú-Kariri, de Palmeira dos Índios; e Wassu-Cocal, de Joaquim Gomes.