Caixa feita com fibra de bananeira
Entre os benefícios de um evento que reúne produtos vindos de todo o Estado, a visibilidade atribuída às potencialidades de cada localidade está entre o mais importante. Esse ano, na sétima edição da Feira de Negócios dos Municípios Alagoanos, alguns produtores ligados ao Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL) tiveram a possibilidade de expor e comercializar seus produtos no evento que durou até o último domingo (20), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso.
No stand do município de Maravilha, os visitantes da Feira puderam encontrar a diversidade de fragrâncias do sabonete de leite de cabra, feito artesanalmente por mulheres da cooperativa Natu Capri, integrante do Arranjo Produtivo Local (APL) Ovinocaprinocultura. A linha conta com oito essências, entre elas três consideradas medicinais: aroeira, babosa, juá, maracujá, canela, aveia e mel, erva-doce e camomila.
Para o gestor do APL, Reginaldo Guedes, esse início de ano não poderia ser melhor para as cooperadas. Recém-chegadas de uma visita à fábrica da Natura, em São Paulo, as produtoras desembarcaram em mais uma oportunidade de difundir o trabalho desenvolvido ao longo dos anos.
“Eventos como essa feira são essenciais para que elas tenham mais contato com o público e estabeleçam um vínculo não só com os clientes fixos de municípios no entorno de Maravilha, mas prospectem novos admiradores. Elas fizeram cursos para aprender a lidar de forma correta com diferentes clientes e o resultado é sempre positivo”, ressalta Reginaldo.
Um grupo de mulheres do município de Branquinha, moradoras do assentamento Zumbi dos Palmares, também estiveram presentes na feira, comercializando artesanato e doces. Além de utilizar a fibra da bananeira como mão de obra para artefatos diversos, o grupo, inserido no APL Fruticultura no Vale do Mundaú, produz desde o ano passado doce de laranja e banana com as frutas que não são aproveitadas no comércio.
“Elas conseguiram com recursos próprios montar uma minifábrica de doces e desde então evitam o desperdício de frutas e complementam a renda dentro de casa. Atualmente, o APL vem trabalhando bastante para organizar esse grupo, principalmente porque, além de apresentar grande produção de frutas, eles têm uma característica que hoje é o diferencial, que é querer ir além”, ressalta a gestora do APL, Valdelane Tenório.
Para a diretora de APLs da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), Fátima Aguiar, a presença dos pequenos produtores na feira funciona como um grande holofote no trabalho deles. A diretora enfatiza ainda que esse tipo de evento deve sempre ser considerado como uma oportunidade de crescimento profissional.
“A Feira dos Municípios acontece no intuito de reunir o maior número de turistas possível, visto que a cidade ainda está lotada de visitantes e é uma ótima oportunidade de diversificar o público e cativar pessoas de localidades diferentes”, disse a diretora de APLs da Seplande, Fátima Aguiar. “O produtor não pode ficar acostumado a comercializar apenas para programas de Governo. O nosso incentivo é para que ele possa dar passos maiores, para que lá na frente ele sustente o seu desenvolvimento, dando espaço para que outros sejam incentivados também”, falou.