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Negócios/Economia

Produtores de frango denunciam prática de preço predatório

Associação dos Avicultores e Suinocultores de Alagoas (Avisal) denunciou esta semana que produtores de frango de Pernambuco e de Minas Gerais estão atuando em Alagoas com preços muito abaixo do custo de produção. A lei federal 8.884, que regulamenta as infrações contra a ordem econômica, deixa claro que configura crime vender injustificadamente mercadoria abaixo do preço de custo.

Em Alagoas, o custo médio de produção do frango é de R$ 2,00 o quilo. As aves oriundas de Pernambuco estão sendo comercializadas no Estado por R$ 1,45 o quilo. A Avisal levantou que o Estado vizinho tem 16 milhões de frangos alojados, um número bem maior que sua capacidade de consumo e essa alta produção é escoada em Alagoas a qualquer custo.

A categoria denunciou que boa parte dessa produção entra em Alagoas de forma clandestina, ou seja, sem pagar impostos, o que gera prejuízos não só para o Estado como para os produtores do setor. “Estamos preocupados porque o preço praticado está totalmente fora dos custos de produção. Gerando uma concorrência desleal que logo vai afetar a geração de emprego do setor”, alertou Klécio Santos, presidente da Avisal e da Cooperativa Pindorama.

O presidente lembrou o setor enfrentou dificuldade semelhante em 2007, mas avaliou que dessa vez os prejuízos são bem maiores. “Quantos abatedores existem espalhados nos 102 municípios de Alagoas? A granja, o transporte, a fábrica de ração, enfim toda cadeia é atingida. Quanto mais a gente cresce, mais gera-se emprego, renda e satisfação”, declarou Klécio Santos.

O representante dos produtores lembrou ainda que a preocupação do setor está também na qualidade do produto, já que boa parte desses animais não passa por inspeção sanitária, o que pode trazer risco a saúde do consumidor. “A galinha que vem de Minas Gerais, classificado como galinha velha, não tem acompanhamento da Defesa Sanitária”, denunciou.

A Avisal informou que vai tentar reunião com técnicos da Agencia de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas Sanitária (Adeal) e ficais da Secretaria de Estado da Fazenda em Alagoas para buscar uma solução.