O Procon Racial realizou nesta quarta-feira (22) a primeira ação de letramento sobre situações de racismo nas relações de consumo e ganhou a primeira empresa parceira na ação. A Carajás recebeu os representantes do Procon Maceió e da Secretaria de Assistência Social (Semas) para explicar aos colaboradores o que é e como identificar situações de discriminação, e ganhou o selo do programa.
O debate foi conduzido pelo professor Roberto Silva, que relembrou as questões históricas envolvendo o racismo e ainda citou como preconceito a LGBTfobia, o machismo e outros comportamentos. Ele destacou a importância de se discutir o problema no ambiente de trabalho para criar espaços mais acolhedores não só para funcionários, mas também para clientes.
O operador de loja Gabriel da Silva concorda. Ele diz que, como homem preto, acha importante que as empresas tenham o compromisso de combater o racismo. “É uma obrigação das empresas para com todos. O racismo não vai acabar agora, mas esse é um ponto de partida. Dar continuidade vai depender de cada pessoa”, afirma.
Ana Luiza Lopes, consultora de vendas, diz que agora sabe o canal para denunciar situações de racismo. “Como mulher negra, com o cabelo diferente, já sofri racismo em diversos lugares, pessoas olhando torto, querendo não se aproximar. Por isso é muito positivo que a Prefeitura trate sobre esse assunto”, conta.
De acordo com o diretor de Gente da Carajás, Renato Guedes, a empresa aderiu ao Procon Racial não só porque o tema é relevante, mas para estimular empresários de toda a cidade a participar.
“A gente entende que nosso colaborador também é cliente e precisa saber dos direitos e deveres dele enquanto colaborador e enquanto cidadão. A Carajás se preocupa e procura ajudar os colaboradores a trabalhar o tema diariamente na companhia, e além de ser exemplo, queremos levar o tema adiante e fazer com que as demais empresas tenham essa conscientização”, explicou.
Leandro Almeida, diretor-presidente do Procon Maceió, comemorou a adesão e antecipou que já há um cronograma de ações junto a lojas do comércio e instituições de ensino que se tornarão parceiras do programa. “Isso representa a efetividade da ação. Não adianta o governo municipal disponibilizar um serviço e ele não ser utilizado. As empresas estão abrindo as portas para que a gente coloque em prática essa discussão e educação sobre o racismo na nossa sociedade. É papel do Procon, da Assistência Social e da Prefeitura, é o que o prefeito JHC nos cobra diariamente, fazer as coisas para as pessoas”, destacou.
Entre os comportamentos que o Procon Racial visa combater estão a revista pessoal ou de mochilas de clientes e funcionários, a atitude de seguir o cliente dentro da loja e outras situações em que haja discriminação por cor, classe econômica ou qualquer outro tipo de preconceito, como destaca a coordenadora da Promoção da Igualdade Racial da Semas, Andrielly Hamonna.