O Programa de Defesa do Consumidor (Procon) realiza nesta terça-feira uma ampla fiscalização nas agências bancárias de Maceió, visando autuar as instituições financeiras que descumprem a “Lei das Filas” e outros direitos dos clientes e usuários. Solicitada pelo Sindicato dos Bancários, a fiscalização será auxiliada por dirigentes da entidade.
O trabalho foi definido na última terça-feira (25/06) durante reunião do superintendente do Procon, Rodrigo Cunha, com representantes do Sindicato. Os bancários denunciaram uma série de irregularidades cometidas pelos bancos, as quais tem piorado o atendimento, aumentado as filas e desrespeitado a legislação vigente.
De acordo com a entidade, os bancos vem usando diversas artimanhas para driblar a “Lei das Filas” e manter um número reduzido de caixas. A novidade mais recente vem do Bradesco, cujo projeto é manter apenas um caixa em cada agência. Essa fórmula, que empurra os usuários para o autoatendimento e para os correspondentes bancários, já está sendo usada na agência Jaraguá, onde aumentaram as filas e os transtornos para a população.
“Eles não estão dando a mínima para os direitos do consumidor e para a legislação. O desrespeito é generalizado. Algo precisa ser feito com urgência e muita determinação”, disse o presidente do Sindicato, Jairo França. O superintendente do Procon reconhece que os bancos estão abusando da reincidência nas infrações, e que as multas não são suficientes para fazê-los cumprir integralmente a lei.
“Nós já temos cerca de 350 infrações cometidas pelos bancos em Maceió. Eles vão até o último estágio para recorrer das multas e autuações. Vamos ter de adotar outras estratégias para coibir os abusos”, disse Rodrigo Cunha. A legislação prevê como penalidade máxima a suspensão das atividades nas agências, o que pode ser utilizado pelo órgão.
Dentre as artimanhas para driblar a “Lei das Filas”, outra bastante utilizada é criar a fila informal, na qual o usuário recebe uma ficha preenchida manualmente e, só depois de muito tempo, recebe a ficha eletrônica emitida pela máquina. Desta forma, as horas que o usuário ficou esperando não são registradas, evitando que ele faça a reclamação no Procon.
“As fórmulas de enganar são variadas. Eles são muito criativos. Enquanto isto, aumentam as demissões em todas as instituições financeiras”, lamenta o presidente do Sindicato.
