Agricultores familiares do Estado participaram do ‘I Encontro de Produtores de Mamonas e Outras Culturas no Agreste Alagoano’ durante toda esta terça-feira, 9. O evento fez parte das ações do Programa de Probiodiesel do governo de Alagoas, executado em parceria com outras 15 entidades.
Aproximadamente 400 produtores de 16 municípios já estão envolvidos com a cultura, considerada uma alternativa agrícola bastante promissora para a geração de renda para os pequenos produtores.
Implantado há quatro anos, o Probiodiesel é coordenado por técnicos das secretarias de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan) e de Agricultura e Desenvolvimento Agrário (Seagri), além do Sebrae, responsáveis, respectivamente, pelo planejamento, assistência técnica e orientação aos agricultores envolvidos.
O encontro desta terça-feira aconteceu na fazenda Uruçu, pertencente a Mineração Vale Verde (MVV), na zona rural de Craíbas. A empresa foi uma das apoiadoras do evento.
A fazenda Uruçu é apresentada como modelo para o cultivo de diversas culturas agrícolas, entre elas a mamona, sorgo, girassol, milho e gergelim, entre outras, implantadas através de projetos de pesquisas também executados em parceria com a Seagri e que tem como objetivo disponibilizar aos agricultores familiares o resultado das lavouras, assim como revelar a produtividade da terra, além de apresentar culturas alternativas para a região de forma sustentável e com rentabilidade.
“O programa nacional do uso do biodiesel definiu para a região Nordeste a produção de mamona. Através desta cultura, esperamos fazer com que a população do semiárido seja incorporada à sociedade através desta nova fonte de renda. Nós estamos abrindo o leque para outras culturas, por isso também a visita aqui na fazenda Uruçu, que tem um campo de demonstração muito bom”, declarou Glauco Angeiras, coordenador do Probiodiesel pela Seplan.
De acordo com ele, no início do programa de Alagoas, há quatro anos, a área plantada alcançou apenas 40 hectares. Nesta safra, segundo ele, já são mais de 800 hectares. Toda a produção no Estado é comercializada a uma indústria química local, que compra a mamona in natura para a produção do óleo, ao preço médio de R$ 1,10 por quilo.
“A mamona é a principal oleoginosa do programa de biocombustível de Alagoas, mas temos ainda a produção com águas marinhas e óleos residuais. Este encontro de hoje serviu para integrar os produtores. Buscamos a inclusão social dos agricultores familiares e gerar através da mamona uma renda extra para eles”, destacou Giulianna Teixeira, coordenadora do programa Pró-energia pelo Sebrae.
Para o pesquisador e chefe geral da Embrapa Algodão, Napoleão Beltrão, o desafio agora é preparar o agricultor familiar para o mercado e seguir com a produção da mamona com o uso de sementes de qualidade, preparo do solo, etc. “É preciso ter visão, reforçar os programas estruturais e principalmente preparar o agricultor, que hoje é um empreendedor”, considerou Beltrão.
O pesquisador foi um dos palestrantes do Encontro de Produtores de Mamona e na ocasião informou que atualmente já são produzidos e consumidos no Brasil 2 bilhões de litros de óleo a partir do programa de biodiesel, quantidade que deve dobrar no período de um ano.
O uso de biocombustível reduz em até 78% a poluição no meio ambiente, segundo revelou o pesquisador da Embrapa, motivo que torna ainda mais importante o cultivo da lavoura, devido ao crescimento e a necessidade de consumo de energias limpas no planeta.
O encontro desta terça-feira deixou ainda mais animados os produtores de mamona, que a partir das informações e orientações que estão recebendo, sentem-se estimulados à ampliação do cultivo, como é o caso do agricultor Benício Bezerra, do município de Tanque D’arca.
“Comecei a plantar no ano passado mas, pouco, apenas uma tarefa. Estamos buscando conhecimento. Ninguém sabia como era. Agora já podemos aumentar”, ressaltou. Além das palestras, os produtores rurais também conheceram de perto as culturas implantadas na fazenda Uruçu e que servem de exemplo para a região.