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Cultura

Primeira diretora negra do Arquivo Nacional defende direito à memória

Historiadora, Ana Flávia quer instituição a serviço da cidadania

A historiadora e jornalista Ana Flávia Magalhães toma posse como nova diretora-geral do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro. Primeira mulher negra a ocupar o cargo, ela tem a responsabilidade de valorizar e promover a diversidade do acervo, além de tornar mais transparente o acesso à instituição, criada há 185 anos.

No atual governo, o Arquivo Nacional ganhou status de secretaria dentro do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, que é comandado pela ministra Esther Dweck.

Com sede no Rio de Janeiro, a instituição reúne acervo de diferentes períodos da história brasileira. São milhões de documentos textuais, cerca de 1,91 milhão de fotografias e negativos, 44 mil mapas e plantas arquitetônicas, filmes, registros sonoros e mais 112 mil livros, sendo 8 mil raros. Além disso, possui importante série histórica de dados que auxiliam na formulação e no monitoramento de políticas públicas.

Ana Flávia é professora adjunta do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB). Ela tem licenciatura (Unip), mestrado (UnB) e doutorado em história (Unicamp), além de bacharelado em jornalismo (UniCeub).

A historiadora substituiu Ricardo Borda D’Água Braga. Nomeado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele foi alvo de críticas de entidades civis por ser considerado sem qualificação para o cargo: era formado em direito, possuía empresa de consultoria e treinamento em segurança e participava de competições de tiro esportivo. Na época, servidores fizeram denúncias de censura e assédio. Eles alegavam receber ordens para não divulgar datas e documentos de determinados temas, como sobre a ditadura militar.