Fachada do prédio que deve ser reformado em 2012
O secular Theatro Sete de Setembro, templo das artes de Penedo, município ribeirinho distante 160 quilômetros da capital alagoana, continua a agonizar e clamar pela tão prometida reforma que deve sair em 2012. O histórico prédio, assinado pelo arquiteto italiano Luiz Lucarini, vive dias de longa espera e enquanto isso as estruturas física, elétrica e hidráulica, somam-se a outros problemas que devem ser sanados somente com a reforma do prédio.
Para assistir os espetáculos que são apresentados no calor das dependências do teatro, algo que foi amenizado pelo conserto de quatro, das seis máquinas de ar condicionado, o público tem que chegar mais cedo e ter cuidado para não acertar em um dos quatorze acentos que estão quebrados.
De acordo com a diretora do Theatro Sete de Setembro, Cláudia Helena Tavares, quando ela assumiu a direção do prédio em 2009, setenta assentos estavam quebradas, sendo o fato normal devido ao uso do espaço que acontece de forma constante. “Hoje, temos apenas quatorze assentos quebrados, quando tínhamos setenta. Nós viemos de um espaço ocioso para uma fase de muito movimento no teatro e o número de cadeiras quebradas era bem maior”, declarou Cláudia.
Escadas às escuras
Uma reclamação generalizada de organizadores e participantes do evento denominado “Jornada Cultural do Penedo”, realizado no último mês de outubro, foi referente à falta de iluminação nas escadas do teatro. O problema teria sido ocasionado por um curto-circuito na rede elétrica por conta de uma infiltração, sendo relatado pela direção da casa que o problema foi sanado após o evento por uma empresa contratada pela prefeitura de Penedo. “Infelizmente, depois de ‘uma cidade a cantar’, restou um teatro a chorar”, desabafou um cidadão penedense.
Banheiros interditados
Segundo a diretora da primeira casa de espetáculos de Alagoas, todos os banheiros estão recebendo reparos mesmo antes de ser anunciada a esperada reforma, que no período de aguardo impede até mesmo que o mato que cresce na área externa do teatro seja retirado para que não seja prejudicada a alvenaria, orientação dada pela arquiteta Luciane Macêdo, ex-funcionária da secretaria de infraestrutura de Penedo à direção do teatro.
Nas galerias os banheiros que estão recebendo reparos, carecem agora que sejam repostos alguns azulejos para substituir os que foram quebrados e chamam a atenção dos usuários. No camarim o papel na porta alerta que o banheiro está interditado e dentro, um vaso inutilizado e um lavabo pendurado, dão a ideia de que o local realmente não oferece a mínima condição de uso.
Um salão não tão nobre
No Salão Nobre do templo das artes que em sua fachada ostenta a beleza das deusas Euterpe (música), Calíope (poesia), Melpómene (drama) e Terpsícore (dança), uma larga mancha na parede, provocada por uma infiltração rouba a beleza do espaço e divide a triste cena com janelas sem os vidros. Do salão ainda era possível perceber que a sala de som e iluminação estava servindo como depósito, algo que aconteceu até esta terça-feira, 08, quando a diretora pediu para que o material fosse retirado do local.
“O material estava lá devido a sala ter chave, algo que aconteceu de forma provisória. Quando assumimos o teatro encontramos muito material que não tinha mais serventia nos camarins e tivemos que jogar tudo no lixo, pois tratava-se de inúmeros adereços e materiais de decoração que foram utilizados nos festejos carnavalescos e juninos e depois jogados nos camarins do teatro, dificultando o acesso e não servindo para absolutamente nada”, afirmou Cláudia.
Sala de máquinas
A sala de máquinas do teatro chamou a atenção pelo fato de haver água no chão. Segundo a diretora a empresa responsável pela manutenção dos condicionadores de ar seria chamada para averiguar se a água estaria sendo espalhada dentro da sala pelas próprias máquinas, quando deveria ser direcionada para a parte externa do prédio.
Cláudia Helena revelou ainda que pequenos detalhes poderiam ser reparados se a pauta do teatro fosse sempre cobrada, no entanto, a diretora revelou que a maioria dos eventos que acontecem no espaço cultural recebe incentivo da prefeitura de Penedo, sendo a pauta na grande maioria das vezes gratuita. “Liberamos constantemente o pagamento da pauta como forma de apoio e incentivo aos grupos, principalmente os de Penedo”, finalizou a diretora.
