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Sergipe

Primavera dos Museus’ atrai público jovem a São Cristóvão

Estudantes Jéssica dos Santos e Indiana Vieira foram conhecer a exposição

A programação do projeto ‘Primavera dos Museus’ desenvolvida pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) chegou ao seu terceiro dia e a cidade contemplada da vez foi São Cristóvão – cidade que abriga a praça São Francisco, Patrimônio Cultural da Humanidade. Nesta quinta-feira, 22, os moradores do município foram presenteados com a abertura da exposição ‘As Memórias de Vesta’, montada no Museu Histórico de Sergipe (MHS).

Sempre realizada no início da estação das flores, o ‘Primavera dos Museus’ – projeto nacional realizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) -, visa sensibilizar os museus e a comunidade para a discussão sobre assuntos atuais. Por isso, a cada ano é escolhido um tema para fomento de debates entre os participantes. A temática da edição 2011 é ‘Mulheres, Museus e Memórias’.

Sob curadoria da professora Verônica Nunes, a exposição tem o objetivo de expor as obras da artista plástica Vesta Viana e objetos pessoais, como cartas e livros que revelam a amizade entre a artista e o escritor Jorge Amado. Foi montada para que a São Cristóvão mais jovem pudesse conhecer mais a vida e a obra dessa artista, segundo conta Verônica.

“Na realidade, quando fui convidada para ser curadora dessa exposição, procurei trabalhar com o tema básico do Ibram ‘Mulheres, Museus e Memórias’. Vesta não é história, mas tem as memórias dela sobre São Cristóvão, além de ter produções dela da cidade. Este é o momento exato para que essa São Cristóvão jovem passe a conhecer a história da artista”, explicou.
Sobre a homenagem, Vesta se diz tímida, mas ao mesmo tempo agradecida pela lembrança. “Eu me sinto cada vez mais tímida e agradecida. Não fico orgulhosa, a minha vida é muito simples. Fico é feliz com esta homenagem”, disse a artista plástica.

Em relação à amizade com o casal Zélia Gattai e Jorge Amado, ela contou que surgiu na década de 70, quando Jorge Amado foi até sua casa para comprar os confeitos de castanha que sua mãe vendia. “Ele vinha muito a São Cristóvão e um dia ele foi até a minha casa comprar os doces que minha mãe vendia. Foi quando Jorge viu uns quadros meus e perguntou quem os pintava. A amizade ficou, e sempre quando viajavam [Jorge Amado e Zélia Gattai], eles mandavam uma lembrança ou uma carta para mim”, detalhou.

Para o diretor do MHS, Thiago Fragata, é de suma importância que esta homenagem seja feita em vida para a artista. Thiago ainda comparou a importância de Vesta para São Cristóvão, como a de Cora Coralina para Goiás.

“Através de suas obras é possível fazer uma leitura sobre a história da nossa cidade. Vesta está para São Cristóvão assim como Cora Coralina está para Goiás. Ela tem um papel importante, pois ela representa toda a poesia dessa cidade. Desde que a Praça São Francisco se transformou em Patrimônio da Humanidade, ela passou a somente pintar esse local. Essa nova geração tem que conhecer essa ilustre artista”, dialogou Thiago.

Público jovem

Mostrar a importância de Vesta para a cidade de São Cristóvão, assim como apresentá-la ao público jovem foi uma das premissas da exposição ‘As Memórias de Vesta’. Mesmo nascidos na cidade, os jovens não conhecem essa artista, que por ser tímida não se vangloria da sua arte.

Um desses exemplos é a estudante Indiana Vieira, 18 anos. Segundo ela, as cores vivas retratadas nos quadros de Vesta foi o que mais chamou a sua atenção. “Não conhecia ela, nem suas obras. Mas estou impressionada como ela conseguiu retratar nossa Praça. As cores vivas é o que mais chamou minha atenção”, elogiou a jovem.

Já Jéssica dos Santos afirmou que se encantou com a história de Vesta e que ao entrar na exposição achou que se tratava de uma artista ainda jovem. “Achei os quadros lindos, e nunca imaginei que fosse uma senhora que os pintavam”, declarou.

Também marcaram presença na exposição a coordenadora de Museus da Secult, Sayonara Viana, que representou a secretária Eloísa Galdino; o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Carlos Pinna; e o historiador Rafael Santa Rosa.