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Penedo

Presos passam fome na delegacia de Penedo

Metade dos presos mantidos na delegacia de Penedo estão passando fome

Vinte e quatro presos mantidos na carceragem da delegacia de Penedo estão passando fome. Distantes de suas famílias, os detentos enviados pelas comarcas de Coruripe (21), Piaçabuçu (2) e Porto Real do Colégio (1) se alimentam dos restos dos demais companheiros de celas que atualmente abrigam 55 homens.

A situação no xadrez da delegacia regional de Penedo chegou ao portal de notícias Aqui Acontece por meio de uma mensagem de um internauta. A reportagem manteve contato com o delegado regional José Lindberg que confirmou os dados e mostrou-se bastante preocupado. “Nós não temos alimentação para os presos, quando são apenas um ou dois de outras comarcas, os outros presos ajudam, mas estamos com praticamente a metade da carceragem nessa situação. Esse pessoal corre risco de morrer por inanição, o problema é gravíssimo, e gera um clima de revolta entre eles”.

As delegacias de Coruripe e Porto Real do Colégio, ambas localizadas na área de trabalho da regional de Penedo, funcionam em imóveis alugados e não dispõem de celas. Como a Polícia Civil não é obrigada a fornecer alimentação aos presos que estão à disposição da justiça e o xadrez está superlotado, o risco de fugas e rebeliões aumenta consideravelmente nas sete celas do distrito policial recordista em fugas entre as regionais alagoanas em 2009.

Reforma está paralisada desde abril

Além do problema da falta de alimentação aos presos, a delegacia de Penedo está com obras paralisadas há mais de dois meses. Os serviços iniciados no imóvel anexo ao distrito policial, onde deveria funcionar um IML, foi paralisado quando a prefeitura lançou um pacote de medidas de economia que reduziu serviços públicos. A mão de obra era a contrapartida do município ao trabalho feito com material de construção repassado pelo governo estadual.

O delegado regional José Lindberg informou que manteve contato com o prefeito Israel Saldanha na semana passada e aguarda a retomada dos trabalhos para o próximo mês. Ele espera ainda solução para a remoção dos presos, medida indispensável para a realização dos serviços na carceragem.

Transferência para o “cadeião” de Arapiraca

Uma solução já discutida com o delegado Maurício Henrique Duarte – diretor do DPJ2 (Diretoria de Polícia Judiciária da área 2) – seria a transferência dos detentos para a Casa de Custódia de Arapiraca, inaugurado semana passada. O imóvel onde funcionava a delegacia regional foi reformado para funcionar como o primeiro “cadeião” situado no interior de Alagoas.

Na prática, a mudança de delegacia para casa de custódia significa que os presos passam a ser vigiados pelo Igesp (Intendência Geral do Sistema Penitenciário) e não mais por agentes da Polícia Civil. Cumprindo a função de carcereiros, o efetivo da Polícia Civil poderá concentrar esforços na investigação e elucidação de crimes, sua missão principal.