Visitas foram suspensas após agressão contra um preso pelos companheiros de cárcere
Revoltados com a suspensão das visitas na delegacia regional de São Miguel dos Campos nesta quarta-feira, 02, os presos resolveram tumultuar a superlotada carceragem ateando fogo em colchões e lençóis. Cinquenta presos, entre eles duas mulheres, ocupam as seis celas do distrito policial que teve a rotina alterada por conta do espancamento de um dos detentos pelos próprios companheiros de cárcere.

O portal Aqui Acontece apurou que a suspensão da visita de parentes aos presos foi motivada por uma surra em Ronaldo José da Silva, detido sob acusação de tentativa de estupro há dois dias. O castigo violento aplicado no preso que teve a cabeça raspada pelos detentos incluiu o lançamento de água fervendo em seu corpo, queimando parte do rosto e do pescoço do detento.
Enquanto Ronaldo José era levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Maceió, a rebelião era contida pelos quatro policiais civis plantonistas com auxílio do Pelopes e da Guarda Municipal. Após cerca de duas horas, o tumulto foi controlado, sendo os presos reconduzidos ao xadrez.
Com o deslocamento de Ronaldo José da Silva para a capital, 49 detentos voltaram às seis celas. Como um dos cômodos é destinado para mulheres, 47 homens são distribuídos em apenas 5 espaços, um deles (cela 2) ocupados por apenas cinco presos considerados de menor periculosidade porque houve uma tentativa de escavar um túnel no local.
Por conta dessa situação, duas celas da delegacia de São Miguel dos Campos estão com 12 detentos, estrutura que deveria receber no máximo quatro pessoas. Preocupados com a segurança da delegacia, agentes ouvidos pela reportagem informaram que durante recente revista de rotina foram encontrados quatro de telefone celular, aparelhos que teriam sido repassados aos detentos durante as visitas dos parentes.
