Dívida com traficantes de drogas. Esse teria sido o motivo que levou o auxiliar de serviços gerais sergipano Cristiano dos Santos, 27 anos, a assaltar uma agência do banco HSBC em agosto de 2009 em São Paulo. Natural de Aquidabã, ele voltou à sua cidade-natal poucos meses após o crime e estava foragido desde então. A Polícia Civil de Sergipe foi acionada para participar das investigações e capturou o acusado nesta quarta, dia 24.
Segundo o delegado Osvaldo Resende, do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), a unidade recebeu informações de que a Polícia Civil de São Paulo estava investigando uma quadrilha de assaltantes de banco daquele estado em que um dos articuladores do grupo era sergipano. “Fizemos levantamentos durante um mês e identificamos esse suspeito como Cristiano dos Santos, 27 anos, além de descobrirmos que ele já teria retornado a Sergipe”, explica.
Ainda de acordo com o delegado, Cristiano era funcionário de empresa que prestava serviços ao HSBC quando passou informações da rotina do banco, além de ter sido reconhecido por testemunhas como sendo também um dos integrantes que realizou a ação armada dentro da agência. “Esse fato rendeu mandado de prisão em seu desfavor, emitido pela 30ª Vara Criminal de São Paulo”, acrescentou Osvaldo Resende.
Para localizar o foragido, o Denarc contou com o apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), da PC de Sergipe, e passou a acompanhá-lo por vários locais, inclusive fora do Estado de Sergipe. “Cristiano transitou pela Bahia, passando pela cidade de Feira de Santana e adjacências, e veio se instalar na área rural de Aquidabã, especificamente no povoado Segredo”, revelou o delegado do Denarc, acrescentando que aguarda decisão judicial para fazer o recambiamento do preso a São Paulo, onde ele deverá responder ao processo.
Operação
No final da tarde de ontem, equipes do Denarc e do Dipol contaram com o apoio de soldados e oficiais do Comando de Operações Especiais (COE) e agentes da Delegacia da PC de Aquidabã para fechar o cerco ao acusado. “Fizemos todo o acompanhamento necessário, até que tivemos um melhor momento para executar a prisão de Cristiano na praça da igreja matriz do povoado Segredo, onde o foragido vinha residindo com a família. Ele não ofereceu resistência e inicialmente negou a participação no assalto, mas depois confirmou o fato”, contou o subcomandante do COE, tenente Fábio Alcântara.
O oficial acrescentou que o acusado admitiu ter se valido da condição de servidor terceirizado do HSBC para adentrar à tesouraria da agência, render uma funcionária e recolher R$ 46 mil, dos quais R$ 36 mil teriam sido passados aos comparsas. “Ele contou que usou um revólver emprestado pelos colegas da quadrilha e que também devolveu a arma após o crime”, relatou o tenente.