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Esporte

Presidente Ricardo Teixeira afirma que CBF tem muito o que comemorar

Ricardo Teixeira se mostrou satisfeito com a evolução técnica e administrativa da CBF

Na Assembléia Geral da CBF em que teve as contas da sua administração aprovadas por unanimidade, e foram apresentados resultados positivos relativos às demonstrações financeiras de 2010, o presidente Ricardo Teixeira tinha outros muitos motivos para comemorar o sucesso na condução da entidade.

– Quando assumi a presidência da CBF, a situação era crítica, quase de insolvência. Não havia dinheiro em caixa e já estava acertada a disputa de dois amistosos da Seleção Brasileira, em que as cotas já haviam sido pagas.

Havia então o sentido de urgência no saneamento financeiro. O que era uma empresa mergulhada em grave crise financeira se transformou em um modelo bem-sucedido de entidade que cuida da administração e promoção do melhor futebol do mundo.

A CBF hoje apresenta lucros, como comprova o seu balanço financeiro (ver em notícias, no site), e tem seu patrimônio aumentado graças à competência na negociação e obtenção de patrocinadores.

– A CBF, que antes colecionava dívidas, tem agora a credibilidade financeira completamente resgatada e sua imagem solidificada em todos os segmentos da sociedade. Hoje, ao invés de dívidas, coleciona títulos com a Seleção Brasileira – diz Ricardo Teixeira.

Essa situação de exemplo de empresa bem-sucedida requer eficiência na sua administração, feita em moldes estritamente privados.

– A CBF é uma empresa privada, que não se favorece de benefícios fiscais, e como tal é administrada. Cumpre com suas obrigações legais, como o recolhimento de impostos, por exemplo, que no último exercício foi da ordem de cerca de R$ 45 milhões. A CBF também não recebe nenhum recurso advindo do Campeonato Brasileiro, em que as receitas de bilheteria, marketing e cotas de transmissão de TV são dos clubes.

Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, duas grandes competições

No campo esportivo, na organização de competições, a CBF promoveu grandes avanços. Logo no primeiro ano do presidente Ricardo Teixeira, em 1989, foi criada a Copa do Brasil, que hoje se consolidou como um campeonato de verdadeira dimensão nacional, abrangendo clubes de todo o país.

– A Copa do Brasil é um motivo de orgulho da minha administração. Quando foi lançada, houve algumas críticas, logo superadas pelo sucesso que a competição alcançou. Ela tem uma dimensão verdadeiramente nacional, levando grandes clubes a cidades do interior do país e possibilita que milhares de torcedores assistam em suas cidades a partidas que antes só poderiam acompanhar pela TV.

O Campeonato Brasileiro, igualmente por iniciativa do presidente Ricardo Teixeira, foi a partir de 2003 formatado com o sistema de pontos corridos, em turno e returno. Com tabelas divulgadas com antecedência algumas vezes maior do que o previsto na lei e com a restrita obediência às normas do regulamento, o que tornou a expressão “virada de mesa” definitivamente banida do nosso futebol, a competição se tornou modelo de boa organização e sucesso de público.

– O Brasileiro é hoje uma realidade, inegavelmente um modelo de disputa que está aprovado pelos torcedores, que vêem no campeonato um dos mais equilibrados e difíceis do mundo.

O presidente da CBF vislumbra um futuro ainda mais atraente para a competição, graças ao advento da Copa do Mundo de 2014, que contemplará o torcedor com as melhores condições de conforto e segurança nos modernos estádios que estão sendo construídos.

Para ele, o Campeonato Brasileiro será superior a qualquer competição no mundo.

– A Copa do Mundo de 2014, com o seu legado de estádios em que o torcedor será o maior beneficiado, é o fator decisivo para que o Brasileiro se afirme de vez como o mais competitivo e de melhor qualidade do mundo.

Com competições fortes e bem organizadas, os clubes passaram a contar com uma considerável injeção financeira. Investimentos de patrocinadores e cotas de TV trazem receitas antes inimagináveis, que já ultrapassaram as de clubes médios e estão bem próximas do parâmetro conseguido por grandes clubes europeus.

– Já há clubes com receita prevista de R$ 250 milhões para 2011. São números grandiosos, à altura de grandes clubes do mundo – diz o presidente.

Essa é a outra grande frente em que a CBF trabalha: tornar até 2014 os clubes brasileiros fortes financeiramente, com poder de investimentos para mudar a via de transferências de jogadores, como já está acontecendo, com alguns repatriando jogadores do exterior.

Sólidos financeiramente, eles poderão investir melhor nas divisões de base, fazer grandes contratações e formar grandes times, o que tornará ainda mais atraentes os nossos campeonatos.

– Os problemas financeiros dos nossos clubes são resultado e foram feitos no passado. Hoje, os clubes de primeira divisão têm fontes de arrecadação que já permitem com que eles sejam autossustentáveis. E a tendência é que esse crescimento seja contínuo e em breve atinja os clubes das outras divisões, que têm há algum tempo seus campeonatos bem organizados, à semelhança da Série A.

Seleção Brasileira, hegemonia no mundo e na América do Sul

No terreno esportivo, a razão maior de ser da CBF, os resultados sob a presidência de Ricardo Teixeira são incontestáveis, comprovados pelo número de conquistas das Seleções Brasileiras, principal e de base. São 108 títulos, o que produz uma média de 4,9 por ano, uma marca imbatível se comparada a qualquer seleção do mundo.

A Seleção Brasileira, que conquistara a Copa América pela última vez em 1949, voltou 40 anos depois a ser campeã no continente – em 1989, no Maracanã, no primeiro ano da sua administração. Desde então, já foram contabilizados mais quatro títulos: 1997, 1999, 2004 e 2007.

No cenário internacional, a Seleção Brasileira impôs definitivamente a sua hegemonia. Há 24 anos sem ser campeã mundial, conquistou o tetra em 1994. Em 1998, disputou a final, e em 2002 voltou ao lugar mais alto do pódio com a inesquecível conquista do pentacampeonato na Coréia do Sul e Japão.

– A Seleção Brasileira Principal é logicamente a que mobiliza o país, faz o torcedor se apaixonar a cada Copa do Mundo. Nesse sentido, tenho a felicidade de ter podido comemorar o tetra e o pentacampeonato, em campanhas inesquecíveis tanto para mim como para o torcedor brasileiro.

Mas as seleções de base também colecionam muitos títulos, que deixam feliz o presidente da CBF, fazendo-as deter a hegemonia na América do Sul.

– Em fevereiro, no Peru, a Sub-20 conquistou o seu décimo campeonato sul-americano. Agora, ao vencer a Argentina, no Equador, a Sub-17 ganhou também o seu 10º título na categoria. Na América do Sul, as outras seleções estão muito longe de conseguir essa marca. E nas Copas do Mundo temos quatro títulos mundiais na Sub-20 e três na Sub-17.

Para tanto, foi importante a reformulação feita no final do ano passado, com a contratação de Mano Menezes, e dele o convite a Ney Franco para ser o coordenador da base. O trabalho agora é feito de maneira integrada e uniforme, com o objetivo de implantar uma filosofia de jogo que contemple o verdadeiro futebol brasileiro.

– Minha maior preocupação foi pedir para que a verdadeira vocação do nosso futebol, feito de talento e voltado para o ataque, fosse resgatada na Seleção Brasileira. E isso já pode ser visto tanto na Principal como nas Subs-20 e 17, que foram recém-campeãs na América do Sul.

Nas seleções femininas, apesar dos resultados em termos de títulos não serem ainda os desejados, os investimentos na sua formação já são maiores do que nas seleções de base masculinas. Este é mais um dos tantos componentes que leva à constatação de que o trabalho à frente da entidade tem produzido grandes progressos, mas que ao mesmo tempo deixa no presidente a certeza de que administrar e dar suporte ao melhor futebol do mundo é uma tarefa que não conhece limites.

– Temos de trabalhar todos os dias, com muita competência, não só para manter o futebol brasileiro no topo, mas prepará-lo para alcançar novos objetivos e novas conquistas. O papel da CBF é fazer com que a Seleção e o futebol brasileiros continuem a ser os mais admirados do mundo.