A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada pela Assembleia Legislativa para investigar a alta do preço dos combustíveis, bem como a qualidade do produto comercializado no Estado, realizou mais uma reunião nesta segunda-feira, 26. Na oportunidade, foi ouvido o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado (Sindicombustíveis/AL), Carlos Henrique Toledo.
Ele atribuiu a alta do preço do produto, constatado no início do ano, foi motivada pelo aumento da comercialização de carros flex no País. Na oportunidade, a gasolina chegou a ser comercializada em Alagoas por mais de R$ 3,00. “E esse preço começou a cair quando o preço de compra começou a despencar também”, afirmou Carlos Henrique Toledo.
O presidente do sindicato também explicou que a galonagem (quantidade de litros de combustível comercializado por mês) é outro fator preponderante na definição do valor cobrado aos consumidores. Carlos Henrique Toledo compara Maceió a Aracaju. Segundo ele, enquanto na capital alagoana existem 135 postos de combustíveis, na capital sergipana, as revendas cadastradas não passam de 70. “Quanto mais postos instalados, maior o preço cobrado e eu já expliquei isso ao prefeito de Maceió”, declara Toledo.
Carlos Henrique Toledo discordou quando questionado sobre a existência de cartel no setor em Alagoas. “Os postos têm custos e todos sabem da carga tributária desse País”, afirmou o sindicalista. Este é o segundo depoimento colhido pela CPI.
O presidente da comissão, deputado Antonio Albuquerque (PTdoB), explicou que o colegiado está apenas iniciando os trabalhos e deverá ouvir várias outras pessoas ligadas ao setor. “Apesar das declarações do presidente do Sindicombustíveis, chama-me a atenção a declaração de que o dono de posto é livre para cobrar o valor que quiser e sem nenhuma punição. E nós temos que dar respostas à sociedade”, afirmou Albuquerque.
Ainda de acordo com Albuquerque, a CPI irá requisitar a apresentação de notas fiscais de um período específico para comparar os preços cobrados e fazer um encontro de contas com Secretaria da Fazenda (Sefaz) e Receita Federal para confirmar o correto recolhimento de tributos, de acordo com a legislação.
A comissão é formada, ainda, pelos deputados Jeferson Morais (DEM), Nelito Gomes (PSDB), Marcos Barbosa (PPS) e Luiz Dantas (PMDB), que é o relator da comissão.