Os hospitais municipais de pequeno porte estão com sérias dificuldades de funcionamento. Os prefeitos alagoanos estão tentando encontrar soluções para o desfalque mensal que vem acontecendo por não haver uma participação ativa do Estado. Para discutir a situação de cada município, a Associação dos Municípios Alagoanos – AMA promove, nesta segunda-feira (04), às 11h30, uma reunião com a Secretaria de Estado da Saúde e com o Conselho de Secretaria Municipal de Saúde de Alagoas -COSEMS/AL.
Segundo o prefeito de Quebrangulo, Marcelo Lima os municípios estão arcando com quase 85% das despesas mensais e, dessa forma, não há condições de continuar com o funcionamento desses hospitais. “Não temos condições de manter o funcionamento hospitalar adequado sem a participação do Estado”, reclama o prefeito.
Atualmente, 52 municípios possuem esses hospitais de pequeno porte, totalizando quase 2.000 leitos. Cada hospital comporta de 30 a 45 leitos. De acordo com os gestores, essas despesas extras vêm criando sérios problemas, onde a maior dificuldade é pagar os débitos. “Estamos impossibilitados de sanar os compromissos financeiros com os fornecedores, pois a verba que o Sistema Único de Saúde – SUS repassa é infinitamente menor ao que se gasta nos hospitais”, ressalta Marcelo Lima. Ele exemplifica sua cidade como uma das que mais sofrem, pois Quebrangulo recebe um repasse de R$ 14,5 mil e tem uma despesa mensal de R$ 85 mil.
A maioria dos prefeitos reclamam que não há contribuição alguma na manutenção da oferta desses 2.000 leitos por parte do Estado e, por isso, ameaçam fechar. “No momento em que o mundo passa por uma ameaça de pandemia à gripe suína, é lamentável que Alagoas venha perder esses hospitais instalados estrategicamente em 52 cidades. Se não houver participação do governo, os municípios não terão outra saída a não ser o fechamento dessas unidades, o que trará problemas para o sistema de saúde do Estado”, lamenta Marcelo.
Nos municípios de Cajueiro e Boca da Mata, a situação ainda é pior, pois as duas cidades são as únicas, em Alagoas, que implantaram o Plano de Cargos e Carreira, ficando ainda mais difícil pagar toda a folha mensal com um repasse tão pequeno. “Todos os funcionários do hospital da minha cidade são concursados, inclusive os médicos. A dificuldade em remunerar todos os funcionários está enorme. Em Cajueiro, o repasse do SUS é de R$32 mil e a despesa de R$ 140 mil, ou seja, fico remanejando outros repasses para conseguir atender aos cidadãos, isso não pode acontecer”, avalia o prefeito Palmery Neto.
“Vamos discutir sobre a situação atual da rede de serviços de saúde por região, buscando atender aos cidadãos alagoanos”, enfatizou o vice-presidente da AMA, João de Paula.
Além da pauta sobre saúde, representantes da empresa de telefonia Oi vão apresentar como funciona o programa Banda Larga nas Escolas. Esse projeto tem apoio do governo federal e do MEC. A expectativa é instalar a internet banda larga nas escolas municipais e estaduais, da área urbana, nos 102 municípios alagoanos, até dezembro de 2010.