comunidade na pré-conferência do conjunto Rosete Andrade
A prefeitura de Penedo está realizando desde o início da semana as pré-conferências de saúde a fim de ouvir a população sobre as reivindicações de cada comunidades da zona urbana e rural do município ribeirinho. Na segunda-feira, 06, as primeiras pré-conferências aconteceram no Povoado Riacho do Pedro e na Escola Ruth Mendonça (Caic), localidades das zonas rural e urbana, respectivamente.
Ontem (terça-feira, 07), os debates aconteceram no Povoado Cooperativa 1º Núcleo e no Conjunto Rosete Andrade. Em ambas localidades, a comunidade compareceu em número maior do que as presenças registradas no dia anterior nas comunidades visitadas. No segundo dia das pré-conferências, os moradores voltarama a falar das dificuldades encontradas no dia a dia, tanto no posto de saúde que atende nas referidas localidades como também na oferta de alguns serviços prestados com deficiência em Penedo.
Após uma ampla explanação sobre o que é o Sistema Único de Saúde (SUS), feito pela enfermeira Verônica Brandão Lopes, a palavra foi facultada à população que não poupou críticas a saúde pública de Penedo, referindo-se principalmente ao atendimento médico que não atende a demanda e a marcação de exames, principal alvo das críticas negativas direcionadas a secretaria de saúde.
Focando a saúde pública da atualidade, sem comparações com secretários anteriores no primeiro momento, os participantes da pré-conferência pediram de forma enfática que a marcação dos exames possa ser feita de forma informatizada para que as pessoas não precisem dormir na porta da secretaria de saúde para tentar pegar uma guia de encaminhamento.
“Eu pensava que a administração passada era ruim, mas infelizmente me enganei, pois a atual está muito pior”, desabafou a moradora do Rosete Andrade, Vanildes Rodrigues.
O aposentado José Luiz, morador do conjunto Dom Constantino, disse que reside em Penedo há cerca de um ano e meio e até o momento não conseguiu realizar uma consulta médica no posto de saúde que atende a comunidade. “Tentei ir ao posto para ser consultado pelo médico duas vezes, mas infelizmente em uma delas o médico precisou se ausentar e na outra ele estava doente”, lamentou o aposentado
Cachorro guardando lugar
Durante as reuniões desta terça, foi ressaltado que na fila que se torna cada vez maior na frente da secretaria de saúde, quando a população busca guias de encaminhamento para a realização de exames, uma pessoa estaria levando um cachorro para guardar o lugar de uma pessoa, sendo a referida vaga vendida por R$ 40 reais. “É um absurdo termos que pagar por uma vaga que é guardada por um cachorro”, declarou um dos moradores do conjunto Rosete Andrade.
Medo de retaliação
Um dos usuários do SUS que ocupa atualmente cargo comissionado na prefeitura de Penedo, usando a palavra durante a pré-conferência realizada no Conjunto Rosete Andrade, pediu para que todas as sugestões anotadas durante os encontros com a população sejam cumpridas e não se percam no tempo pela falta de prática.
“É essencialmente necessário que as críticas sejam ouvidas e digeridas de forma a resultar em soluções que beneficiem a comunidade. Quero inclusive dizer que sou cargo comissionado da prefeitura e não gostaria de ser exonerado amanhã”, finalizou o usuário.