Lembro-me da minha infância no interior de Rio Largo, costumava ver as borboletas borboleteando, se é que este verbo existe. Mas, era belo o espetáculo, borboletas de todas as cores, azuis, amarelas, rosas ou multicoloridas, pousando sobre as flores e se misturando com o verde da natureza, era uma obra de arte, que só a mãe natureza é capaz de criar.
Lembro-me também da grande surpresa ao descobrir que as borboletas na verdade eram lagartas e como eu temia as lagartas, achava-as feias e morria de medo e nojo delas. Ora, mas aqueles bichinhos feiosos depois de certo tempo no casulo passavam por um fenômeno chamado metamorfose e se transformavam em lindas borboletas. Estas sim, eu admirava-as e imaginava mil histórias, para onde iriam, será que eram fadas de um reino distante, ou quem sabe da Terra do Nunca.
Será que as borboletas perceberam que não temos mais tempo para observá-las e admirá-las? Pois, vivemos tão apressados ultimamente com essa vida louca, onde cada vez mais somos cobrados a progredir, a investir nisso e naquilo, que não sentimos nem o tempo passar. De repente, elas resolveram buscar outros mundos, onde possam ser admiradas, observadas e amadas.
Borboletas, amarelas, azuis, marrons e multicoloridas as paisagens não são mais mesmas sem vocês, falta a alegria do bater de asas descompromissado, falta o pousar delicado sobre as flores e falta todo encantamento proporcionado por vocês para nós seres humanos muitas vezes insensíveis.
