Policiais civis do Distrito Federal iniciaram na manhã de hoje (23) uma greve de 72 horas. Eles reivindicam dos governos federal e distrital a reestruturação da carreira. Segundo o sindicato que representa a categoria (Sinpol-DF), até as 8h do próximo sábado (26), somente serão efetuadas prisões em flagrante (exceção aos crimes de menor gravidade) e registradas as ocorrências relacionadas a mortes, flagrantes e remoção de cadáveres de vias públicas. Investigações também serão paralisadas e as delegacias especializadas não irão funcionar durante o período.
De acordo com o Sinpol-DF, o governo federal tem demonstrado descaso com as reivindicações dos policiais, já que, segundo a entidade, os recursos do Fundo Constitucional criado com a finalidade de custear a segurança pública no Distrito Federal são mais que suficientes para suportar o aumento salarial de 28% que a categoria pede.
Segundo a assessoria da entidade, há três anos os salários dos policiais do Distrito Federal não são reajustados. Além disso, o governo distrital já teria concordado em conceder o reajuste, mas o governo federal não aceitou a reivindicação.
O início da greve foi aprovado ontem (22) à tarde, durante uma assembleia que, segundo o Sinpol-DF, reuniu cerca de 2 mil policiais no Parque da Cidade, na região central de Brasília. “Se continuarmos dando prazos ao governo federal, nada vai acontecer. É inadmissível a forma como estamos sendo tratados e, a partir de agora, os movimentos serão constantes até sermos atendidos”, afirmou durante o ato o presidente do sindicato, o também deputado distrital Wellington Luiz (PSC).
A próxima assembleia, em que os rumos da paralisação serão avaliados, só deve ocorrer daqui a uma semana, no próximo dia 3.
Em nota divulgada ontem à tarde, a direção-geral da Polícia Civil do Distrito Federal garantiu que todas as medidas para que os serviços essenciais sejam preservados serão adotadas para que a população não seja prejudicada.