Com a liberação das visitas, o trabalho de combate ao mosquito vem sendo intensificado
Desde o dia 22 de março a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Saúde, retomou as visitas domiciliares para a confecção do primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2022, o qual mapeia a incidência do mosquito nos bairros e orienta ações de combate.
O serviço de visitação às residências estava suspenso desde abril de 2021, em cumprimento a uma decisão judicial que limitava as visitas domiciliares em virtude da pandemia de covid-19. Com isso, o trabalho das equipes estava restrito ao fumacê costal, fiscalização de espaços públicos e orientações de porta em porta.
Com a liberação das visitas, após o Município conseguir reverter a decisão da Justiça, o trabalho de combate ao mosquito – transmissor da dengue, chikungunya e zika – na capital vem sendo intensificado, e com a aprovação da população.
“Nem todas as pessoas cuidam de suas casas. Aqui não foi declarado nenhum caso. É bem interessante os agentes visitarem, porque é bom para todos. Toda a vida a minha porta esteve aberta para os agentes de endemias, na pandemia não podia entrar, mas agora pode”, revela o aposentado Júlio César Lacerda de Andrade, de 68 anos, morador da rua Presbítero Santos, no bairro Farolândia, um dos locais local de ação dos agentes de endemias nesta semana.
A dona de casa Jucileide Mota Alves Silva, 66, disse que, recentemente, ela e o marido tiveram chikungunya. “Aqui nessa rua outros vizinhos também tiveram, então, essa retomada é boa para evitar mais casos. O carro do fumacê da Prefeitura sempre passa por aqui e, com os agentes retornando, fica mais fácil de detectar”, elogia.
A comerciante Valeska Teodósio de Oliveira Silva Lima, 41, disse que a visita dos agentes é bem-vinda. “É interessante esta ação, porque, às vezes, as pessoas relaxam e, com a orientação deles, é sempre bom. Na minha casa e aqui no meu estabelecimento estou sempre olhando os ralos dos banheiros. E é sempre boa a visita dos agentes, porque somos seres humanos e podemos falhar. Com a orientação deles, é sempre bom”, frisa.
Intensificação
Com as coletas domiciliares realizadas através do LIRAa, será possível analisar os bairros com maior incidência do mosquito e, com isso, intensificar as ações de combate ao vetor, como explica o coordenador do Programa Municipal de Combate ao Aedes, Jeferson Santana.
“O LIRAa se configura como uma pesquisa. Vamos em busca dos imóveis para procurar larvas do mosquito, fazendo coleta para depois traçar o índice de infestação da cidade e cada bairro individualmente. Fazemos as visitas em 33% de cada bairro, porque esse levantamento é feito em uma semana. Começou semana passada e está encerrando agora. Depois que termina a pesquisa de campo, levamos o material recolhido para o laboratório, que vai verificar a positividade das larvas. Acredito que em mais uma semana teremos esses números consolidados”, afirma Jeferson.
Níveis
Conforme o coordenadora, o levantamento de índice de infestação é classificado em três níveis: Baixo (de 0,0% a 0,9%), Médio (de 1,0% a 3,9%) e Alto (acima de 4,0%). No último LIRAa, publicado em abril de 2021, o índice apontou 1,6 na capital, considerado de médio risco.
Em 2021, a Secretaria Municipal da Saúde registrou 1.388 notificações de arboviroses, sendo 170 casos confirmados de dengue, 671 de chikungunya (com um óbito), e 78 casos confirmados de zika. Diante disso, Jeferson Santana deixa claro que o trabalho dos agentes precisa de cooperação da população.
“O LIRAa mostra o nível de infestação da capital e de cada bairro individualmente. A partir disso, conseguimos fazer um monitoramento de qual bairro precisamos intensificar os trabalhos. Esse serviço depende muito da participação da população”, pondera.