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Polo em São Carlos pretende integrar universidades paulistas no desenvolvimento de tecnologias e combustíveis

A cidade de São Carlos, distante 233 quilômetros da capital paulista, vai abrigar um núcleo de pesquisas voltado para sustentabilidade e bionergia. O Polo Temático em Energias Renováveis e Meio Ambiente (Polo TerRA) foi criado com a intenção de integrar especialistas das três universidades públicas do estado de São Paulo – Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – engajados em pesquisas relacionadas à geração de energia a partir de biomassa.

Essa integração pretende articular e estimular as pesquisas sobre biomassa e tecnologias de transformação em biocombustíveis. Nessa primeira fase estarão envolvidos pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) e do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

O trabalho foi estruturado em seis principais eixos, que cobrem todas as etapas da produção de energias renováveis: produção de biomassa; genômica funcional; transformação da biomassa em biocombustíveis; morfologia e composição de biomassa; processos industriais e sustentabilidade.

“A importância do polo consiste na possibilidade de maior integração entre pesquisadores de diversos departamentos e grupos de pesquisa que normalmente não teriam tanta interação. Queremos um ambiente aberto onde pesquisas voltadas para energia renovável e meio ambiente possam ser desenvolvidas”, disse Igor Polikarpov, professor titular do Instituto de Física de São Carlos e vice-diretor da Rede USP da Bioenergia, em entrevista à Agência Brasil.

De acordo com o professor, um dos objetivos do polo é desenvolver uma tecnologia que seja sustentável e que gere equilíbrio social. “Queremos desenvolver combustíveis limpos e tecnologias que não agridam o meio ambiente, que sejam sustentáveis, usando materiais renováveis, gerando renda, valor e maior equilíbrio social”, ressaltou. As novas tecnologias, que serão desenvolvidas de forma mais eficiente e limpa, serão depois transferidas para o setor produtivo, acrescentou o professor.

O núcleo vai ser construído no Campus 2 da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, numa área de 216 metros quadrados. A expectativa é de que ele seja entregue até 2014. O novo prédio será custeado pelo governo estadual, que vai contribuir com R$ 20 milhões na infraestrutura. Também haverá investimentos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que vai aportar recursos nos projetos de pesquisa, e da USP, que vai providenciar os recursos humanos necessários para o trabalho prático.

Segundo Polikarpov, a construção do prédio será feita de forma sustentável. “Já que estamos propondo desenvolver tecnologia verde, que não agride o meio ambiente, seria interessante desenvolver isso num ambiente verde. Toda a ideia do prédio é de que ele tenha iluminação e ventilação natural e, se possível, captando água de chuva”, explicou o professor. “O desenvolvimento de tecnologia verde, num ambiente verde, é a maneira mais adequada de agir”, ressaltou.

De acordo com o professor, o programa pretende contribuir para o desenvolvimento sustentável do país. “Esperamos que a universidade, por meio desse programa, participe mais ativamente, ajudando a mudar a sociedade, fazendo ela progredir de forma ecologicamente correta e socialmente mais equilibrada.”