Após uma semana de intenso treinamento, seis policiais penais concluíram duas capacitações promovidas pela Polícia Militar de Sergipe, por meio da Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães), com o objetivo de preparar os profissionais para atuação e emprego de cães em operações policiais. Os treinamentos, realizados por instrutores da Polícia Militar de Alagoas e da Bahia, foram voltados para a conduta de patrulha em local de alto risco (CPLAR-K9) e o mantrailing (emprego do cão para a busca de pessoas desaparecidas ou foragidos da justiça por meio de odor específico).
Segundo o subcomandante da CIPCães, tenente Hamilton, as instruções fazem parte de um cronograma elaborado pela unidade, que visa o treinamento contínuo tanto do efetivo da Polícia Militar como de outras forças de segurança pública, para o emprego de cães na atividade operacional, seja auxiliando no trabalho de buscas de drogas, armas de fogos, explosivos, até a localização de foragidos.
Nos três primeiros dias de instrução, de 22 a 24 de janeiro, os alunos contaram com atividades teóricas e práticas que envolveram instruções de tática individual, definição, composição, tipos e formações de patrulha, além de tipos de deslocamento e noções de patrulhamento em área de alto risco utilizando cães.
“Além dos conceitos teóricos sobre esse tipo de patrulha que é bastante utilizada pelas polícias do Brasil, também trouxemos para Sergipe o treinamento operacional, com a realização de patrulhas furtivas e dinâmicas com o acréscimo do cão”, explica o cabo Anderson, um dos instrutores do curso, pertencente ao canil da Polícia Militar de Alagoas.
Mantrailing
Na segunda parte do treinamento, ocorrida de 25 a 27 de janeiro, os operadores da segurança foram contemplados com o treinamento especial de mantrailing, ou seja, técnica que consiste na busca, com cães, de pessoas por meio de odor específico, que pode ser apresentado ao animal a partir de peças de roupas, joias, calçados usados, por exemplo.
“A técnica permite que o cão consiga localizar uma pessoa através de qualquer artigo de odor que seja deixado no local, a exemplo de uma camisa, calça, um boné. A partir dessa habilidade, o animal segue em busca do cheiro”, destaca o instrutor do curso, soldado Lins Henrique, da Polícia Militar do Estado da Bahia.
Com o objetivo de aperfeiçoar o conhecimento que já possui sobre o tema, a policial penal Laira de Oliveira decidiu participar das capacitações com cães como forma de contribuir para o fomento da Cinotecnia no âmbito da Polícia Penal. “Além de aprimorar o conhecimento, a nossa participação acaba sendo uma forma de apoiar a inserção dessa grande ferramenta que é o cão, no dia a dia nas unidades prisionais, fortalecendo, ainda mais, o trabalho da Polícia Penal sergipana. Então foi de grande importância essa experiência”, afirma Laira de Oliveira.
Ainda, segundo ela, já está em curso um projeto para viabilizar a construção e implantação de canil na Polícia Penal, para a utilização dos animais em diversas operações, como de faro, vistoria em celas, transporte, mercadorias e perímetro interno e externo de unidades prisionais. “A nossa expectativa é de que, em breve, Sergipe também tenha um canil para dar esse apoio no serviço realizado nas penitenciárias do Estado”, destaca a policial penal.
APH-K9 (Canino)
Em fevereiro deste ano, policiais penais participarão de nova capacitação promovida pelas equipes da CIPCães. Trata-se do curso de Atendimento Pré-Hospitalar Canino (APH-K9), que objetiva capacitar os profissionais para a realização de atendimentos pré-hospitalares aos cães de busca, resgate e salvamento em situações de emergência em desastres, como também em locais de difícil acesso, até a chegada ao atendimento médico veterinário.