A Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) da Polícia Civil alagoana revelou nesta sexta-feira (07) detalhes da “Operação Carga Pesada”, desencadeada desde a última quarta-feira e que desarticulou duas quadrilhas envolvidas em roubo de cargas e crimes de pistolagem nas regiões do Baixo São Francisco e Litoral Sul.
Os grupos criminosos agiam principalmente nas cidades de Porto Real do Colégio, Coruripe, São Braz, Teotônio Vilela, Junqueiro e Igreja Nova. Pelo que foi apurado, constatou-se a existência de uma “guerra” entre as quadrilhas, disputa que resultou nos assassinatos de seus principais líderes. A divisão rachou a organização que trabalhava por encomenda, atendendo solicitações de receptadores da região. Mas o grupo se dividiu, formando-se duas facções que vendiam produtos de roubo para o mesmo receptador, o que gerou a disputa entre eles.
Um desses grupos era comandado por Denílson dos Santos Luiz, 35 anos, suplente de vereador em Porto Real do Colégio, que mandou matar o chefe da facção rival – o caminhoneiro Adriano Ramos Neto, de 28 anos. Denílson foi executado em 28 de abril com disparos de pistola calibre 380, no povoado Flexeiras, município de Porto Real do Colégio. Os tiros foram disparados contra o rosto da vítima por três homens que estavam num Siena de cor prata, veículo usado para bloquear a passagem do carro dirigido por Denílson, que viajava ao lado da família.
A morte do suplente de vereador seria a vingança contra o assassinato do caminhoneiro Adriano Ramos, interceptado por quatro homens fortemente armados quando dirigia na rodovia BR-101, próximo ao povoado Retiro, município de Porto Real do Colégio Segundo testemunhas, os pistoleiros estavam em um veículo Pálio, de cor cinza e sem placas. Eles efetuaram os disparos contra o veículo ainda em movimento e só seguiram viagem após constatarem que a vítima havia morrido.
Duas outras prováveis vítimas da “guerra” teriam fugido para a cidade de Curitiba, no Paraná, com medo de serem mortas.
Onze mandados de prisão e 16 de busca e apreensão
Com base nas investigações realizadas pelo Núcleo de Inteligência e do Tigre (Tático Integrado de Grupamentos de Resgates Especiais), da Deic, a Operação Carga Pesada foi desencadeada, com o apoio de policiais militares do 11º Batalhão da Polícia Militar. Onze mandados de prisão e 16 de busca e apreensão foram expedidos pelos juízes da 17ª Vara Criminal da Capital.
O trabalho resultou na prisão de Alex da Silva Rodrigues, o “Alex”; Marcos Túlio – o “Túlio”; Maurício Oliveira de Araújo – o “Nego”; Herbson Alves – o “Herbinho”; Josival dos Santos – o “Neno”, e Maria de Fátima Rocha, conhecida por “Maria”, esposa de Adriano, um dos líderes assassinado. De acordo com o delegado Paulo Cerqueira, chefe da Deic, as investigações prosseguem e mais pessoas podem ser presas.
A reportagem do portal Aqui Acontece acompanhou, com exclusividade, o momento da prisão do empresário José Francisco Oliveira, o Zé Alagoano, detido em Porto Real do Colégio, onde tem um supermercado. De acordo com a divulgação feita pela assessoria da Polícia Civil, Jorge Oliveira – filho de Zé Alagoano – também preso por ter sido encontrado com várias munições e um carregador de pistola 380. Com o pai de Jorge, foram encontrados um revólver calibre 38 e munições de diversos calibres, ainda segundo o informe disponível no site da corporação alagoana.