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Policial

PF faz balanço de operação em São Sebastião e confirma prisão de ex-prefeito e de vereador

José Pacheco (de chapéu) ao lado do sobrinho e prefeito de São Sebastião, Charles Pacheco

Em coletiva realizada na tarde desta quinta, 18, a Polícia Federal fez um balanço da operação Bacamarte, desencadeada no município de São Sebastião, situado no Agreste alagoano. Os agentes confirmaram que o ex-prefeito, José Pacheco, e o vereador Gilvan Porfírio foram presos acusados de atentado a testemunha de um suposto esquema de compra de votos ocorrido nas eleições de 2012.

De acordo com a assessoria de comunicação da PF, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão com o objetivo de localizar armas de fogo que podem ter sido usadas no atentado contra a testemunha do processo eleitoral que desde 2013 tramita na 49ª Zona Eleitoral, em São Sebastião.

Naquela ocasião, vários disparos de arma de fogo foram deflagrados contra a residência da testemunha/denunciante, situada na zona rural do município. No dia dos disparos, estavam em casa a testemunha, sua esposa e a filha de 2 anos. Dentre os locais vistoriados pelos policiais encontram-se as residências de pessoas ligadas ao atual prefeito Charles Pacheco (PP).

Ex-prefeito vendia armas de fogo

Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em Recife e em Maceió, na casa de pessoas que tinham comprado armas de fogo do vereador Gilvan Porfírio e do ex-prefeito e tio do atual chefe do Executivo municipal, José Pacheco. Durante a operação, os agentes localizaram dois revólveres, três espingardas e uma pistola, além de farta munição, em situação irregular.

Divulgação/PF

Na casa do ex-prefeito também foram encontradas aves silvestres, sendo dois tucanos e quatro araras. As armas de fogo apreendidas serão confrontadas com vestígios do crime investigado através de perícias. A residência de Charles Pacheco também foi alvo da operação, no entanto, os agentes não encontraram nada que comprometesse o político no local.

Investigações continuam

Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado, Fábio Maia, ainda é cedo para afirmar que os presos estão envolvidos no atentado. “É prematuro afirmar que os presos participaram do crime. No entanto, como o carro usado, um Fiat Uno de placa não anotada, é o mesmo tipo de veículo adotado pela prefeitura, a Justiça deferiu os mandados que hoje foram cumpridos, mas as investigações continuam”, finalizou.

Os presos e o material apreendido foram levados à sede da Polícia Federal, em Maceió. Há uma suspeita de que três das armas tenham sido adulteradas, o que torna o crime inafiançável.