O delegado Maurício Mendonça, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Carga (DRFC), informou hoje (2) que um brasileiro que vive em Miami, nos Estados Unidos, é o líder da organização criminosa que tentou exportar 60 fuzis de alto poder bélico para o Rio. As armas foram apreendidas ontem em uma operação da DRFC e da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), no terminal de cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Galeão/Tom Jobim. O armamento estava acondicionado em aquecedores para piscinas trazidos em contêineres.
“O indivíduo que está residindo nos Estados Unidos é o líder da organização criminosa e tinha a função de coordenar a aquisição do armamento e a remessa para o Brasil” revelou o delegado, que coordena as investigações, em entrevista à Agência Brasil. O lote apreendido é composto de 45 fuzis do tipo AK47 (origem russa), 14 do modelo AR10 (origem norte-americana) e um fuzil G3 (origem alemã).
Para Maurício Mendonça, se os fuzis chegassem às mãos de traficantes do Rio, fariam um estrago na cidade. “Os fuzis apreendidos são de calibre 762, fuzis de guerra com alto poder lesivo”, contou, acrescentando que a remessa feita pelo grupo não seria para uma facção criminosa específica. “Eles eram vendedores de armas. Não guardavam vinculação com facções ou organizações criminosas específicas”.
De acordo com o delegado, as apurações estão em andamento e já identificaram algumas empresas que estão envolvidas. O objetivo agora é a identificação dos sócios, para tentar estabelecer a participação de cada um no organograma criminoso. De outro lado, tentar saber quem compraria as armas no Brasil.
Os agentes trabalham com a hipótese, bem provável, segundo o delegado, de que já houve outras remessas de armamento para o Brasil nessa mesma condição. Maurício Mendonça, destacou, no entanto, que ainda não é possível saber se na mesma quantidade de armas. “Realmente, a quantidade de armas apreendida ontem é algo muito expressivo e significativo. Seria leviano se dissesse que as outras remessas foram menores ou maiores, porque ainda não temos esse dado coletado”.
Conforme o delegado, a cada momento, a investigação revela um novo nome que pode ter envolvimento com a atividade criminosa, mas, por enquanto, foram identificados e presos ontem, no Rio de Janeiro, quatro homens: Márcio Pereira e Costa, Luciano Andrade Faria, João Victor Silva Roza e José Carlos dos Santos Lins.
