Pelo menos 15 vítimas procuraram o Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri) da Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência alegando terem sido vítimas de golpes em sites de anúncio de vendas durante o período da pandemia do novo coronavírus.
O esquema funciona assim: o golpista observa um anúncio real de venda de veículo na internet e, a partir disso, usa artimanhas para enganar o vendedor e um possível comprador daquele bem anunciado. Segundo a diretora do Depatri, delegada Viviane Pessoa, a quadrilha de estelionatários usa um chip com número de telefone aqui de Sergipe, mas pode ser de qualquer parte do Brasil.
“O golpe é muito simples. Ele observa um anúncio no site de venda e entra em contato com o vendedor. Manifesta interesse pelo produto e pede para o vendedor retirar o anúncio do ar. Para convencê-lo, ele conta uma história envolvendo uma dívida com um sócio e pede que assim que ele for procurado pelo sócio não revele por quanto está vendendo o veículo, entre outras mentiras”. Na verdade, o interesse do golpista é simplesmente pegar o anúncio real que foi tirado do ar e anunciá-lo novamente na mesma plataforma de vendas, só que com um preço abaixo do valor de mercado. O anúncio mentiroso parte de um produto real. Logo, interessados no anúncio surgem. Esse potencial comprador do veículo será mais uma vítima do golpista, que nem desconfia que participará de uma trama.
“Será o comprador o tal sócio que vai procurar o vendedor do anúncio que foi tirado do ar. Ambos alertados pelo golpista não falam nada sobre preços e questões básicas de segurança que uma transação desse porte deve exigir dos interessados”.
O comprador faz um depósito na conta indicada pelo golpista que lhe passa um comprovante de depósito falso, sob alegação de que o dinheiro entra em no máximo duas horas. Nesse lapso de tempo, o vendedor e o comprador realizam a transferência legal do veículo em um cartório. E o dinheiro nunca chega nas mãos de quem realmente deveria.
