‘Olha pro céu meu amor, veja como ele está lindo. Olha pra aquele balão multicor que lá no céu vai subindo'. A composição do rei do baião, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, foi a música escolhida para abrir a segunda noite do XIV Fórum de Forró, realizado pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega). Comandado pelo professor Lindolfo Amaral, o estudo da noite teve como tema a poética na música nordestina, onde foi destacado também as exigências do mercado fonográfico e o apelo musical. Músicas do grupo É o Tchan e da própria Clemilda serviram como exemplos.
Segundo Lindolfo, o que se produz hoje dentro da cultura de massa faz parte da exigência do mercado, onde a maioria das músicas tem a finalidade de seduzir o público com a certeza, que será descartado em breve. “O que eterniza as canções é a poética presente nelas, a música que fala ao coração, que narra uma história quer seja ela de amor, sofrimento ou mesmo a alegria de viver, ela sim é eternizada”, completou.
Manter-se presente no mercado musical não é tarefa fácil. Com 50 anos de Carreira a forrozeira e também homenageada, Marluce, da dupla Zé Roseno e Marluce, explica que fazer música não é apenas querer, tem que ter dom e compromisso. “A receita para escrever uma boa música é o amor. Quando escrevo minhas composições, eu e meu esposo escrevemos com o coração, falamos com a alma e acredito que é isso que faz com que o público até hoje nos acompanhe”, falou.
Durante o debate Lindolfo Amaral explicou também que ao contrário do que muitos pensam a música não é regional, mas sim universal. “Artistas como Marcos Guedes, João da Passarada, Luiz Gonzaga e o próprio Gerson Filho, que tem inúmeras composições não fazem sucesso apenas aqui, em Sergipe. Suas músicas ganham o mundo e atravessam fronteiras para serem eternizadas de diversas maneiras”, concluiu.
A noite ganhou ainda o charme da apresentação do casal homenageado Zé Roseno e Marluce, que além de falar sobre os 46 anos de carreira juntos deram um show para o público, que lotou mais uma noite o Teatro João Costa. Amanhã a programação segue com a palestra sobre ritmos nordestinos e as homenagens a Marcos Guedes e João da Passarada.