A fogueira vai queimar em homenagem a São João. Mas é preciso manter essa tradição nordestina com muito cuidado. O pneumologista do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, Luiz Cláudio Bastos, alerta para o risco à saúde respiratória, além do perigo de queimaduras quando acesa sem as medidas de prevenção necessárias, atendendo às recomendações de especialistas e da legislação vigente.
“A queima dos fogos de artifício também é um perigo, pois a fumaça produzida possui vários produtos químicos, como monóxido de carbono e cianeto, que podem causar irritações nos olhos, no nariz e na garganta. Quando esses agentes nocivos alcançam o pulmão, podem gerar um processo irritativo na traqueia e nos brônquios”, informou o médico.
O especialista também lembra que o inverno no Nordeste é caracterizado por chuvas e temperaturas mais amenas, o que favorece a disseminação de diferentes vírus, principalmente em ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas. Nesse contexto, aumentam-se os casos de pessoas com gripes e resfriados, que, quando não tratados adequadamente, causam doenças mais graves.
“Bronquite, pneumonia, broncopneumonia e bronquiolite são doenças muito preocupantes, mas a asma e a rinite alérgica também geram um desconforto muito ruim. A nossa recomendação é que se houver um descontrole, não deixe de procurar um atendimento de urgência. É importante essa atitude para evitar uma piora que resulte até em uma internação em UTI [Unidade de Terapia Intensiva]”, alertou o pneumologista.
Em Alagoas, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) recomenda que as fogueiras sejam feitas longe das áreas de mata e de fiações elétricas. Atenta para que as pessoas conheçam a legislação do seu município que trata sobre elas e sugere o uso de madeiras de sobras de construção, podas ou mesmo dos galhos que caem das árvores. O corte de árvores nativas sem a devida autorização é uma infração ambiental cabível de multas e procedimentos administrativos.
“Quando as fogueiras são construídas no ambiente urbano, principalmente em locais onde existem muitos prédios, o ambiente dificulta a circulação do ar, fazendo com que a fumaça fique retida. Essa poluição invade as residências, por mais fechadas que as janelas estejam, e podem alcançar crianças, idosos, pessoas que estejam com a saúde debilitada e que não podem ter contato com esses produtos tóxicos”, pontuou Luiz Cláudio Bastos.
Orientação
Em caso de infecções respiratórias, a orientação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) é que as pessoas procurem a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima para a avaliação do quadro clínico. No caso das crianças, o HGE também pode acolher os menores levados por seus responsáveis de forma espontânea. Nas cidades do interior, o recomendável é que, antes de sair de casa, conheça o fluxo adotado pelo município responsável pelo serviço de saúde.
Fonte: HGE