O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer
O presidente da Câmara, Michel Temer, evitou fazer comentários sobre a sua possível candidatura a vice na chapa que deverá ser lançada pelo PT à Presidência da República. Ao sair da reunião que confirmou o dia 6 de fevereiro para a convenção nacional do PMDB, Temer, favorito para presidir o partido, desconversou e disse que sua recondução “fortaleceria seu nome para candidato a deputado federal”.
O desconforto de Termer teve início no ano passado, quando o presidente Luiz Inácio da Silva, sugeriu que o PMDB apresentasse uma lista tríplice com nomes para vice na chapa, para que o candidato do PT escolhece um. A dobradinha deverá ser encabeçada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
A decisão de antecipar a data da convenção, atende ao propósito do partido de dar mais legitimidade a legenda nas tratativas com o PT na composição da chapa à Presidência da República.
A decisão foi tomada hoje pela Executiva do partido que ignorou a dissidência liderada pelo governador de Santa Catarina Luiz Henrique e pelo presidente do diretório do PMDB de São Paulo, Orestes Quércia.
“Eleita essa nova Executiva o PMDB terá muito mais legitimidade, quando perguntarem quem está no comando do partido”, disse o deputado Eunício de Oliveira (CE), que participou da reunião. Pela manhã, Eunício também esteve no encontro com a cúpula do PT que, segundo ele, ocorreu em um clima de respeito mútuo. “O que nós ouvimos deles [membros do PT] foi que a vice é do PMDB. Não há dúvida de que é o PMDB quem vai escolher o nome e não há clima ruim”, disse o deputado.
Participaram da reunião pelo PMDB, além de Eunício, o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN). Representaram o PT, Ricardo Berzoini (SP), José Eduardo Cardozo (SP), o novo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP) e José Eduardo Dutra (SE).
O prazo para o registro de chapas para a disputar o diretório nacional do PMDB vai até amanhã. No entanto, os membros da Executiva acreditam em chapa única encabeçada por Temer e que deverá ter como vice um senador. Um dos nomes cotados é do atual líder do partido no Senado, Romero Jucá (RR), partidário da composição com o PT para 2010.
Ao sair da reunião, o líder o partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) disse que a recondução de Temer tem o objetivo de unir a legenda. “Quem quiser questionar que questione. Tudo bem. Mas haverá unidade”, disse o líder.
Já o deputado Darcísio Perondi (RS), contrário a aliança com o PT, avaliou que a recondução de Temer não terá o efeito de levar o partido a apoiar o candidato do Planalto. “Isso não está sendo questionado. Eu quero candidatura própria do PMDB, mas o Temer é um presidente forte que conduz o partido a mais de quinze anos. É o melhor presidente para o PMDB”, ressaltou.
Perondi e o senador Gerson Camata (ES) fizeram constar na ata uma nota de solidariedade a Temer, que segundo Perondi vem sendo alvo de uma articulação no PT contra seu nome. “Existe uma ação orquestrada por lideranças poderosas do PT, que em vez de aproximar, só afasta”, destacou.
