O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, negou hoje (17) que as relações entre Brasil e Argentina tenham entrado em crise, devido à suspensão das licenças automáticas para importação de automóveis e autopeças. Segundo ele, o diálogo com o governo argentino é frequente e constante e que “os problemas existem” quando há um elevado volume comercial envolvido.
“Nunca nós interrompemos o diálogo com a Argentina, ao contrário, temos excelentes relações e queremos resolver os problemas”, afirmou Pimentel depois do almoço oferecido pela presidenta Dilmna Rousseff ao primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, no Itamaraty. “Os problemas existem mesmo e quando há um volume de comércio grande como o nosso com a Argentina não tem nenhuma crise nem nada.”
A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, depois da China e dos Estados Unidos. O volume do comércio bilateral é US$ 33 bilhões, segundo dados de 2010. Pimentel disse que ainda hoje vai conversar com o embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro, para saber como estão as negociações com o governo da presidenta argentina, Cristina Kirchner.
Na manhã de hoje, Cordeiro se reuniu com a ministra da Indústria da Argentina, Débora Giorgi, em Buenos Aires. Nos próximos dias, os secretários executivos do Ministério da Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, e do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Alessandro Teixeira, também discutirão o assunto.
No último dia 12, Pimentel anunciou a suspensão das licenças automáticas para a venda de automóveis e autopeças. Com isso, o processo de entrada de produtos argentinos no Brasil fica mais lento e pode demorar até 60 dias para ser concluído. A restrição não é apenas para produtos argentinos, inclui também veículos e peças do México e da Coreia do Sul.
Há mais de um ano, os empresários brasileiros reclamam que a Argentina cria dificuldades para o desembaraço de mercadorias brasileiras. Em meio ao impasse, caminhões brasileiros aguardam a decisão política para conseguir passar pela fronteira do Brasil com a Argentina.