Pelo menos 114 agentes comunitários de saúde, professores, lideranças comunitárias, servidores públicos municipais, jovens ligados a grupos religiosos e demais representantes da sociedade participam, até esta quarta-feira (24), do Curso de Capacitação de Agentes da Paz em Pilar, município considerado um dos cinco mais violentos de Alagoas.
Segundo a coordenadora do curso da Secretaria de Estado da Paz, Maristela Pozitano, este é o primeiro curso realizado no interior de Alagoas. Os outros realizados no Estado foram em Maceió e capacitaram 650 pessoas. De acordo com ela, os 650 já multiplicaram para 14 mil construtores da paz nas comunidades em que moram ou trabalham.
“Todos os palestrantes são voluntários e cada construtor da paz recebe um pen drive com todas as matérias dadas para que multipliquem em suas comunidades o que aprenderam na capacitação”, destacou.
O objetivo do curso, afirma Maristela, é conscientizar e treinar os participantes para que construam a paz em seus ambientes sociais e profissionais. Durante o curso, que começou no último dia 18, houve a apresentação de uma peça teatral intitulada “Sem fissuras”, que nasceu em agosto deste ano e foi montada pelos dependentes químicos em tratamento da Casa de Acolhimento Projeto Sarar.
“A peça trata da prevenção às drogas e já foi apresentada para mais de 1,5 mil jovens. Conta a história deles e mostra que há cura e saída para o problema”, disse Maristela. Um dos pontos altos do curso será nesta quarta-feira (24), com a apresentação da peça do ator global Licurgo Spínola. “Ele fez duas oficinas com alunos das escolas públicas do município e na encenação abordará a prevenção de DST/Aids e gravidez na adolescência”, reforçou.
Campanha constante – Maristela disse que a Sepaz – por meio das ações dos agentes da paz – está se articulando com a Secretaria de Estado da Defesa Social e a Polícia Militar no sentido de lançar em 2011 a campanha permanente “Arma não é brinquedo”, para desarmar a sociedade civil.
“Arma só serve para ferir e matar. A cultura de andar armado é machista e não deve ser levada para as novas gerações. Queremos conscientizar as empresas que vendem armas de brinquedo que já há lei federal proibindo a comercialização de réplica de armas de fogo”, alertou.
Um dos agentes da paz que participou do primeiro curso de capacitação em Maceió foi o policial militar Emanuel José de Oliveira, que mora em Pilar, se interessou pelo projeto, e resolveu levá-lo para a sua cidade. “Pilar é um dos municípios mais violentos de Alagoas e me propus a trazer elementos dados nas disciplinas do curso para a construção de uma sociedade mais justa e pacífica no meu município”, destacou. De acordo com ele, o impacto na sociedade de Pilar foi positivo.
“A recepção foi fantástica. A sociedade recebeu o curso como uma tábua de esperança, acreditando que podemos minimizar os índices de violência, que em Pilar ainda são altos”, disse Emanuel.
Representantes da sociedade civil de outros municípios interessados em capacitar agentes da paz devem procurar a Sepaz e agendar a data para a realização do curso, que conta com a parceria do município. Maristela afirmou que somente em Maceió já há na lista de espera para a realização de novo curso uma média de 120 pessoas de vários segmentos da sociedade.