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Meio Ambiente

Petrobras testa tecnologias para evitar emissões de CO2

Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli

Alguns campos de pré-sal descobertos recentemente pela Petrobras possuem considerável quantidade de dióxido de carbono (CO2), um dos gases causadores de efeito estufa que mais contribuem para as mudanças climáticas. Por essa razão, a estatal brasileira tem concentrado pesquisas nessas áreas com os objetivos de “sequestrar”, transportar, processar e armazenar o gás carbônico encontrado junto ao petróleo das camadas exploradas.

Atualmente, a empresa testa quatro tecnologias diferentes no intuito de sequestrar o CO2 presente na camada pré-sal. Todavia, vale lembrar que a Petrobras já testa o sistema de reinjeção de gás em campos de petróleo desde 1988, quando aplicou tal processo no Recôncavo baiano. Esta é uma das alternativas que estão sendo testadas. A diferença é que há 21 anos, a meta era aumentar e aperfeiçoar a produção de óleo.

Funciona da seguinte forma: o gás é separado do petróleo e posteriormente tem sua reinjeção no próprio reservatório de onde foi originalmente extraído, através de poços perfurados. Esta primeira tecnologia está em fase de testes nos campos petrolíferos de Tupi, na bacia de Santos, onde 12% do CO2 da camada pré-sal encontram-se concentrados.

A previsão é de que o projeto-piloto entre em operação em dezembro de 2010. A Petrobras também considera a possibilidade de reinjetar gás carbônico em campos nos quais a produção já terminou ou em cavernas de sal – opções inseridas no conceito CCGS (Carbon Capture and Geological Storage).

A outra possibilidade é baseada na experiência da norueguesa StatoilHydro, que já foi capaz de capturar 8 milhões de toneladas de CO2 desde 1998 – o gás carbônico foi reinjetado em um aquífero de sal encontrado abaixo de Sleipner, um campo de gás e condensado da no Mar do Norte, a 220 quilômetros da costa. O projeto da estatal da Noruega foi incentivado pelo governo do país, que criou uma taxa de US$ 50 por tonelada de CO2 lançado na atmosfera nos projetos de produção de petróleo e gás em alto-mar, com o objetivo de reduzir as emissões.

EOR

No atual momento, a Petrobras investe R$ 250 milhões no projeto-piloto de Miranga, no Recôncavo baiano, onde serão injetadas 370 toneladas de CO2 por dia, provenientes da Fafen e da Oxiteno, empresas do Polo Petroquímico de Camaçari. A estatal pretende testar na região uma técnica chamada Recuperação Melhorada de Petróleo (EOR), que tende a ser uma espécie de vanguarda para os campos do pré-sal. A companhia objetiva reinjetar os gases extraídos lá mesmo.

Até o final de 2009, a meta da Petrobras é evitar a emissão de 2,3 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Para 2013, a intenção é deixar de emitir 4,5 milhões de toneladas. Um dos principais desafios da empresa diz respeito à própria localização da camada pré-sal. Fatores como a distância de 300 quilômetros em relação à costa e a profundidade de 2.200 metros são os obstáculos das operações que buscam reduzir as emissões de CO2.