Um material que tem sido bastante estudado nos dias atuais, o grafeno, pode ser usado em áreas como a impressão 3D, setor industrial, aeromotivo, aeroespacial, eletroeletrônica, área médica e construção civil. Para discutir a aplicabilidade e os desafios para a utilização do grafeno, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) reuniu agentes públicos e privados.
O grafeno é um material composto por átomos de carbono e tem sido apontado como o futuro da tecnologia, de acordo com o Inmetro. Ele é leve e finíssimo, altamente resistente, sendo mais forte que o aço, maleável, barato e ótimo condutor de calor e de eletricidade. O produto se destaca por ser um nanomaterial – que mede a milionésima parte de um milímetro – com propriedades que adicionam valor a produtos em diferentes áreas.
O pesquisador da Divisão de Metrologia de Materiais do Inmetro, Braulio Soares Archanjo, apresentou experiências do instituto com o produto, uma delas na área de super resolução para grafeno. Os pesquisadores gravaram em grafeno a menor marca do Instituto já registrada. A logo foi desenhada em nanoescala, por meio da técnica de feixe de íons de Hélio. O experimento reflete o nível do desenvolvimento em nanotecnologia alcançado no Inmetro, não só pela capacidade de se escrever dentro da escala nanométrica, mas também pela possibilidade de realizar imagens usando luz visível com resolução de aproximadamente 20 nanômetros. “É a capacidade que temos hoje para ajudar a indústria a desenvolver novos produtos na área de nanotecnologia, na área de grafeno”, disse Braulio Soares.
Representante do setor industrial, Claudemir Gracino, proprietário da Seven Polímeros, apresentou como desafios para o mercado nacional de grafeno o baixo investimento em desenvolvimento, o foco das indústrias nos produtos commodities, o controle de qualidade por lotes de produção, o Custo Brasil e a falta de acesso às fontes de fomento e cultura para pesquisa e desenvolvimento.
O empresário apresentou exemplos de produtos produzidos com o uso de grafeno como pisos epóxi antiestáticos para fabricação de veículos inteligentes e primer acrílico condutivo à base de solvente para componentes de plástico. O primer acrílico é usado para selar e uniformizar a absorção das superfícies.
Outros exemplos de produtos que podem ser criados com o uso do grafeno são tintas com maior duração, lubrificantes mais eficazes, tecidos antibactericidas, além de bicicletas mais leves e resistentes.
De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o Brasil é o terceiro maior fornecedor mundial do mineral grafita e possui a segunda maior reserva mundial deste material, que é a principal matéria-prima para o grafeno. Estima-se que esse mercado movimentará em cinco anos mais de US$ 3 bilhões.