×

Alagoas

Pesquisadores da Uneal fazem descobertas arqueológicas

Urna funerária indígena de centenas de anos foi preservada como utensílio doméstico

A geógrafa e pró-reitora de Extensão da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Ângela Leite, juntamente com a aluna do curso de História do campus de Arapiraca, Sebastiana Luciene, e o historiador Gilberto Barbosa Filho descobriram peças arqueológicas na zona rural do município de Limoeiro de Anadia, situado na região Agreste de Alagoas.

Motivado pela descoberta de uma igaçaba (urna funerária indígena de centenas de anos) ocorrida na sexta-feira, 17, o grupo foi até a Fazenda Baixa das Flores a fim de conhecer o local e pesquisar a região em busca de novos achados arqueológicos. Após contatos com moradores da zona rural, a professora Ângela Leite e os demais pesquisadores fizeram outra importante descoberta: famílias de agricultores guardam igaçabas para armazenar água para consumo humano.

A preservação da peça que serve como utensílio doméstico foi constatada na casa de Josefa da Conceição Silva, 56 anos. Ela informou que a igaçaba pertencia a seu pai, que, segundo a dona-de-casa, era guardada há mais de 60 anos.”Meu pai disse que dentro dela foram achados ossos do esqueleto de uma pessoa “, relata Josefa da Conceição.

Ângela Araújo Leite ficou admirada com o estado de preservação da urna funerária indígena. “Apesar dos estragos provocados pela ação do tempo e a intervenção do homem, o objeto está quase perfeito”, analisou. Os pesquisadores da Uneal descobriram ainda que a extensão do sítio arqueológico é maior do que se imaginava. No meio de uma estrada vicinal, no Povoado Olho d’Água, o grupo encontrou marcas de círculo de outra igaçaba enterrada no chão.

“Estamos diante de uma das maiores descobertas arqueológicas já registradas nessa região. É preciso que a prefeitura preserve esse lugar e acione especialistas do Instituto do Patrimônio Histórico, a fim de que possamos desenvolver novas pesquisas para desvendar toda a história da passagem do homem na região”, completou Ângela Leite, que deve retornar ao local em breve para intensificar as pesquisas.